O número de pedidos pendentes para o Auxílio-Doença voltou a crescer, reacendendo preocupações sobre os impactos desse atraso na vida de milhares de trabalhadores.
O tempo médio de espera, que já chegou a 41 dias, agora pode ultrapassar dois meses, gerando angústia para quem depende desse benefício para se manter durante o período de incapacidade temporária.
Segundo dados recentes, mais de 1,8 milhão de segurados aguardam pelo benefício, número semelhante ao registrado em julho de 2023, antes de esforços significativos para reduzir o tempo de espera.
A situação exige ações urgentes, tanto para atender a alta demanda quanto para garantir que o auxílio chegue rapidamente aos trabalhadores incapacitados. O INSS já iniciou novas medidas para minimizar os atrasos, mas os desafios continuam.
Regras mais rigorosas e paralisações contribuem para a demora
Fim da liberação automática aumenta as filas
A decisão do INSS de encerrar a liberação automática do Auxílio-Doença para determinadas condições teve impacto significativo na fila.
Desde outubro, trabalhadores autônomos e segurados com incapacidades musculares passaram a ser obrigados a realizar perícias médicas presenciais, aumentando a sobrecarga nas agências.
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Greve dos peritos e seus reflexos
Outro fator que agravou a situação foi a paralisação dos médicos peritos, que durou mais de 100 dias. Apesar de decisões judiciais que exigiram o retorno de 70% dos profissionais às atividades, a greve deixou um acúmulo de atendimentos represados, afetando milhares de segurados.
Aumento do tempo de espera e negativas
Com a demanda reprimida, o tempo médio para a análise dos pedidos subiu para mais de dois meses. Além disso, atrasos no atendimento aumentam as chances de negativas, já que documentos médicos podem perder validade durante a espera.
Ações governamentais para reduzir as filas
Programa de enfrentamento das filas é prorrogado
Em resposta ao problema, o Governo Federal estendeu o programa de bonificação para servidores administrativos e peritos médicos. O bônus por atendimentos extras varia entre R$ 68 e R$ 75 por processo concluído, incentivando a redução das filas.
Ampliação do sistema Atestmed
O sistema Atestmed, que permite a análise documental de benefícios sem a necessidade de perícias presenciais, tem sido fundamental. No entanto, mudanças recentes limitaram seu alcance, dificultando o acesso ao benefício por incapacidade temporária para alguns segurados.
Como agilizar a solicitação do Auxílio-Doença?
Procedimentos digitais para facilitar o pedido
O benefício pode ser solicitado inteiramente pela internet, sem a necessidade de ir a uma agência do INSS. Veja o passo a passo para formalizar o pedido:
- Acesse o aplicativo ou site Meu INSS e faça login com sua conta Gov.br.
- Clique em “Pedir benefício por incapacidade” e selecione “Novo requerimento”.
- Escolha a opção “Benefício por incapacidade (Auxílio-doença)” e siga as instruções.
- Insira os documentos médicos exigidos, como atestados e exames, além de dados pessoais completos.
- Escolha a agência do INSS mais próxima, caso seja necessária uma perícia presencial.
Após completar o processo, é possível acompanhar o andamento do pedido pelo aplicativo ou pela central telefônica 135.
Documentos necessários para o benefício
Os documentos básicos incluem RG ou outro documento oficial com foto, CPF e comprovante médico detalhando a incapacidade. Se o segurado for representado por terceiros, será necessário apresentar procuração e documentos adicionais.
INSS reforça medidas para atender à alta demanda
Contratação de novos peritos médicos
Para enfrentar a sobrecarga, o INSS anunciou a abertura de 250 vagas imediatas para médicos peritos, além da formação de um cadastro de reserva. Essa medida busca aumentar a capacidade de atendimento, principalmente nas regiões mais afetadas pela demanda.
Parceria com os Correios
Uma iniciativa conjunta entre o INSS e os Correios permite que o sistema Atestmed seja acessado em mais de 2,6 mil agências no país. Essa parceria amplia o alcance do serviço e beneficia segurados que enfrentam dificuldades para chegar a uma unidade do INSS.
Reflexos do atraso no Auxílio-Doença
Impactos na saúde financeira dos segurados
O atraso no pagamento do Auxílio-Doença afeta diretamente a estabilidade financeira de milhares de famílias. Muitos trabalhadores dependem desse benefício para cobrir despesas médicas e garantir o sustento básico durante o período de afastamento.
Consequências para a saúde física e emocional
Além das dificuldades financeiras, a espera prolongada pode agravar a condição de saúde dos segurados. A falta de recursos pode levar ao adiamento de tratamentos médicos essenciais, comprometendo a recuperação.
Caminhos para melhorar o atendimento
A fila do Auxílio-Doença expõe a necessidade de modernização dos processos do INSS. A ampliação de sistemas digitais, como o Meu INSS, e investimentos em infraestrutura e capacitação de servidores são fundamentais para atender à demanda crescente.
Campanhas de conscientização também são necessárias para informar os segurados sobre prazos, regras e alternativas para agilizar o processo. Soluções como a descentralização dos serviços, com o fortalecimento de parcerias, podem reduzir significativamente o tempo de espera.
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A fila do Auxílio-Doença reflete os desafios enfrentados pelo INSS e pelos segurados. Superar esses entraves é essencial para garantir o direito dos trabalhadores ao benefício, promovendo maior eficiência e acessibilidade no sistema previdenciário.