Empréstimo CLT de cara nova? Veja o que muda após sanção da modalidade
O empréstimo CLT vai receber novidades para contemplar ainda mais trabalhadores que precisam de auxílio financeiro.
Em tempos de instabilidade econômica, os empréstimos acessíveis se tornam alternativas relevantes para milhões de brasileiros que buscam manter o equilíbrio financeiro ou investir em melhorias pessoais e profissionais. As linhas de crédito com taxas mais baixas e condições facilitadas chamam mais atenção.
Nesse cenário, modalidades voltadas para trabalhadores com carteira assinada e autônomos vêm crescendo significativamente, sobretudo com a criação de programas públicos que ampliam o acesso ao crédito com maior segurança.
Entre os principais diferenciais desses formatos está o desconto automático das parcelas em folha ou do saldo a receber, o que reduz o risco de inadimplência e, consequentemente, os juros. Com regras claras e foco na proteção do tomador, esses empréstimos se consolidam como instrumentos necessários.

Neste artigo, você vai ver:
Empréstimo CLT tem regras alteradas
A nova lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva institui alterações relevantes nas regras do empréstimo CLT, criando o programa batizado de “Crédito do Trabalhador”. Essa nova modalidade visa facilitar o acesso ao crédito para trabalhadores formais, garantindo juros mais baixos.
A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional em julho e sancionada com vetos pontuais relacionados à proteção de dados pessoais, conforme previsto na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Com isso, o governo busca assegurar mais segurança jurídica aos envolvidos.
De acordo com a nova legislação, os empréstimos consignados para trabalhadores com carteira assinada não poderão comprometer mais do que 35% do salário mensal. Essa margem busca preservar parte da renda do trabalhador e evitar o endividamento excessivo.
Caso o vínculo empregatício seja encerrado, as parcelas remanescentes poderão ser descontadas das verbas rescisórias, o que inclui até 100% da multa de 40% sobre o saldo do FGTS em caso de demissão sem justa causa. Além disso, o trabalhador poderá autorizar o uso de até 10% do saldo total do FGTS.
Outro avanço importante da nova regra envolve a ampliação do acesso ao crédito para trabalhadores por aplicativo, como motoristas e entregadores. Esses profissionais, embora autônomos, passam a ter a possibilidade de contratar empréstimos com parcelas descontadas diretamente dos valores recebidos.
Nesse caso, a lei estabelece um limite de 30% sobre o total dos repasses mensais. O texto ainda prevê cláusulas específicas que permitem a substituição da fonte pagadora ou a renegociação das condições financeiras em caso de encerramento do vínculo com o aplicativo.
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Como contratar o empréstimo CLT?
A contratação do empréstimo consignado para trabalhadores formais pode ser feita com rapidez e segurança, desde que o solicitante esteja atento às exigências legais. Confira o passo a passo:
- Verifique se a empresa onde trabalha tem convênio com instituições financeiras habilitadas para ofertar o Crédito do Trabalhador
- Consulte os bancos parceiros e compare as taxas de juros oferecidas, que devem estar abaixo das modalidades tradicionais
- Solicite a simulação do valor do empréstimo, número de parcelas e impacto mensal na renda disponível
- Autorize o desconto em folha, respeitando o limite de 35% do salário líquido, ou permita o uso parcial do FGTS como garantia
- Leia o contrato com atenção, assegurando-se de que todas as condições estejam claramente estabelecidas antes da assinatura
Esse processo é semelhante ao de outras modalidades de crédito consignado, mas com a vantagem de incluir novos públicos e condições mais flexíveis. A contratação pode ocorrer diretamente nos canais digitais dos bancos.
Contratação da modalidade cresce a cada dia
O volume de adesão ao Crédito do Trabalhador mostra que a nova modalidade já conquistou a confiança dos brasileiros. Até o início de julho, mais de 2,7 milhões de trabalhadores haviam contratado empréstimos sob essas regras, totalizando R$ 17,2 bilhões em operações.
Esse número expressivo reflete tanto a necessidade crescente de acesso a recursos financeiros quanto a atratividade das condições oferecidas, como juros médios de 3,55% ao mês. O valor médio por contrato ficou em R$ 5.382,24, o que indica uso voltado para despesas emergenciais.
Entre as instituições que mais concederam crédito está o Banco do Brasil, que lidera o ranking com R$ 4,4 bilhões em operações para 373,9 mil trabalhadores. O Itaú aparece em seguida, com R$ 2,2 bilhões em empréstimos.
Esses dados demonstram que os grandes bancos já estão bem estruturados para atender essa nova demanda, oferecendo plataformas digitais que agilizam as contratações e reduzem a burocracia. Essa parceria entre setor público e financeiro permite escalar a iniciativa.
Com a regulamentação atualizada e o interesse crescente da população, a expectativa é de que o número de contratações continue aumentando nos próximos meses. A inclusão dos trabalhadores por aplicativo amplia ainda mais o alcance da medida, beneficiando uma camada expressiva da população.
Ao estabelecer limites de comprometimento da renda e prever garantias reais como o FGTS, o programa contribui para um ambiente financeiro mais equilibrado e menos arriscado tanto para os tomadores quanto para as instituições financeiras.