BRICS está criando ‘Pix global’ para unir países membros, mas irrita EUA
O BRICS está crescendo e ficando cada vez mais unido, mas isso tem incomodado países que estão de fora dos acordos, como os Estados Unidos.
Os BRICS reúnem um grupo de potências emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que juntos buscam maior influência econômica e política no cenário global. Com a expansão recente para incluir países como Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos, o bloco está mais importante.
Ele acaba de se consolidar como uma força de integração sul-sul, promovendo comércio, investimentos e cooperação financeira entre seus membros. Além disso, os BRICS atuam na criação de alternativas a sistemas internacionais dominados por potências ocidentais, como o dólar e o SWIFT.
A união desses países permite desenvolver projetos estratégicos, fortalecer mercados regionais e facilitar a transferência de tecnologias, ao mesmo tempo em que oferecem novas oportunidades de crescimento para setores-chave como energia, mineração e agronegócio.

Neste artigo, você vai ver:
BRICS estão criando Pix global entre países participantes
O BRICS está implementando o BRICS Pay, uma plataforma apelidada de “Pix Global”, que promete agilizar transferências financeiras entre os países-membros. O sistema permitirá transações rápidas, seguras e com menores custos.
Isso acaba eliminando a necessidade de intermediários e reduzindo a dependência do dólar. Embora não se trate de uma moeda única, a plataforma utilizará tecnologias modernas como blockchain, QR codes e carteiras digitais, garantindo eficiência e transparência nas operações.
Durante a 16ª Cúpula do bloco, realizada em outubro de 2024 na Rússia, líderes destacaram o avanço do BRICS Pay como estratégia de integração econômica e fortalecimento da autonomia financeira. A iniciativa visa criar um sistema resistente a interferências externas.
Será capaz de operar independentemente de controladores tradicionais e promover comércio mais direto entre os países-membros. Essa abordagem permite maior previsibilidade e segurança para empresas e governos que dependem de transações internacionais constantes.
Além disso, o Pix Global deve integrar sistemas nacionais de pagamento instantâneo já existentes, como o Pix brasileiro, o SBP russo, o UPI indiano, o IBPS chinês e o PayShap sul-africano. Essa interoperabilidade representa um desafio técnico significativo.
Contudo, a digitalização das moedas nacionais, incluindo o Drex no Brasil, facilita o processo. Com essa rede, os BRICS esperam criar uma plataforma ágil, capaz de processar transferências em tempo real e reduzir custos financeiros para empresas e consumidores.
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Como o BRICS Pay deve funcionar na prática?
A tecnologia que sustenta o BRICS Pay é baseada no Decentralized Cross-border Messaging System (DCMS), desenvolvido pela Universidade Estatal de São Petersburgo. Essa solução opera de forma descentralizada, permitindo que cada país gerencie seu próprio nó.
Ao mesmo tempo, garante alta segurança por meio de múltiplos protocolos de criptografia. O código aberto após a fase de testes elimina tarifas obrigatórias e permite operação mesmo sem conexão direta entre os usuários, aumentando a resiliência do sistema.
No Brasil, o BRICS Pay oferece oportunidade de expandir exportações, especialmente nos setores de agronegócio, energia e mineração. Transações diretas em moedas locais, como yuan ou rúpias, reduzem perdas cambiais e custos de conversão.
Além disso, o sistema permite superar barreiras impostas por sanções externas, garantindo continuidade nas operações internacionais e fortalecendo a competitividade do país no comércio global. A integração com sistemas nacionais exige coordenação entre bancos centrais e instituições financeiras.
Por exemplo, o Pix realiza mais de 227 milhões de transações diárias, enquanto o UPI na Índia e o SBP na Rússia já possuem ampla adesão. A combinação desses sistemas cria uma rede eficiente, capaz de movimentar grandes volumes de recursos e facilitar pagamentos em tempo real.
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EUA se irritam com planos de integração
Os Estados Unidos já demonstraram preocupação com o avanço do BRICS Pay. O ex-presidente Donald Trump classificou o bloco como “grupo antiamericano” e ameaçou impor tarifas adicionais sobre importações provenientes dos países-membros.
Além disso, o governo norte-americano elevou tarifas sobre produtos brasileiros e abriu investigações sobre o Pix, alegando suposta discriminação a empresas dos EUA. Para Washington, reduzir a participação do dólar nas transações internacionais representa um risco à supremacia econômica norte-americana.
Especialistas destacam que a disputa em torno do BRICS Pay reflete a crescente rivalidade geopolítica entre potências emergentes e os Estados Unidos, especialmente em setores estratégicos como comércio, finanças e tecnologia.
Apesar das pressões externas, os BRICS continuam testando e expandindo o sistema, liderados por Rússia e China, que buscam maior autonomia financeira e internacionalização do yuan. Para o Brasil, o BRICS Pay oferece novas oportunidades de comércio com países diferentes.
Além disso, aumenta a competitividade e reduz custos de conversão. A longo prazo, a plataforma pode redefinir o comércio global, fortalecendo a multipolaridade financeira e consolidando os BRICS como atores centrais na economia internacional.
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