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Tem como faltar ao trabalho sem perder dinheiro com atestado de acompanhamento?

Muitas vezes o trabalhador precisa ir ao médico não por estar doente, mas para acompanhar, recebendo um atestado de acompanhamento. Com isso, surge o medo de perder o dia trabalhado.

No ambiente de trabalho, situações pessoais e familiares muitas vezes exigem a ausência do empregado, e por isso a legislação trabalhista prevê hipóteses específicas de faltas justificadas. Essas faltas, conhecidas como compensadas, não acarretam descontos salariais.

Entretanto, embora os atestados médicos sejam amplamente reconhecidos, existe um outro tipo de declaração que costuma gerar dúvidas tanto em empregadores quanto em trabalhadores: o atestado de acompanhamento.

Esse documento surge justamente para atender às ocasiões em que o funcionário precisa acompanhar um familiar em consultas, exames, internações ou procedimentos médicos. Dessa forma, conhecer sua função, suas limitações legais e os direitos envolvidos torna-se essencial para evitar conflitos.

Se você apresentou um atestado de acompanhamento, saiba se ele é válido.
Se você apresentou um atestado de acompanhamento, saiba se ele é válido. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com

Afinal, o que é o atestado de acompanhamento?

O atestado de acompanhamento, também chamado de declaração de acompanhamento, é um documento emitido por profissionais de saúde quando o trabalhador precisa acompanhar familiares em atendimentos médicos.

Ao contrário do atestado médico, que se refere à saúde do próprio empregado, essa declaração justifica a ausência do colaborador por motivos relacionados ao cuidado com parentes. Assim, sua função é garantir respaldo formal para a ausência em situações específicas de necessidade.

Esse documento apresenta relevância social porque reconhece o papel do trabalhador como responsável pelo bem-estar da família. Em muitos casos, filhos pequenos, idosos ou pessoas em tratamento grave não podem comparecer sozinhos a consultas, o que exige acompanhamento constante.

Por isso, o atestado de acompanhamento funciona como um registro oficial da participação do empregado nesses momentos. Além disso, ele facilita a comunicação entre trabalhador e empresa, fornecendo transparência e clareza.

Quais dados ele inclui?

O documento deve apresentar alguns elementos básicos para ser válido:

  • Identificação completa do paciente atendido
  • Nome do acompanhante responsável pela ausência
  • Grau de parentesco ou relação entre paciente e acompanhante
  • Tipo de atendimento ou procedimento realizado
  • Período exato em que houve necessidade de acompanhamento
  • Assinatura, carimbo do profissional de saúde e papel timbrado da instituição

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O atestado de acompanhamento serve como abono de faltas?

Uma das maiores dúvidas dos trabalhadores envolve a aceitação desse documento como justificativa legal da ausência. Embora o atestado de acompanhamento seja válido, sua aceitação automática não está garantida em todos os casos.

A Consolidação das Leis do Trabalho estabelece apenas duas hipóteses de abono: até dois dias para o acompanhamento de gestante em consultas médicas e até um dia por ano para levar filho de até seis anos a atendimento de saúde. Nessas situações, a empresa deve considerar a falta justificada.

Fora dessas hipóteses, a utilização do documento dependerá de políticas internas, acordos coletivos ou convenções sindicais que prevejam maior flexibilidade. Muitas empresas optam por adotar práticas mais humanizadas, permitindo que seus colaboradores se ausentem mediante apresentação do atestado.

Essa postura reforça a preocupação com a qualidade de vida e contribui para maior engajamento profissional. No entanto, quando não existe previsão legal ou normativa, a aceitação permanece a critério da organização.

A diferença entre o atestado de acompanhamento e o atestado médico é fundamental. Enquanto o atestado médico comprova que o próprio empregado está impossibilitado de exercer suas funções, o de acompanhamento se refere a ausências em favor de familiares.

Além disso, o primeiro possui caráter obrigatório para empresas, enquanto o segundo apresenta restrições legais. Portanto, compreender essa distinção evita mal-entendidos e auxilia no exercício consciente dos direitos.

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A empresa pode recusar meu atestado de acompanhamento?

Sim, a empresa pode recusar o documento quando ele não se enquadrar nas hipóteses previstas na CLT ou em acordos coletivos. Nesse cenário, a decisão de aceitar ou não ficará sob a responsabilidade da organização.

Contudo, muitas empresas reconhecem que o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho aumenta a produtividade e, por isso, adotam posturas mais flexíveis. Assim, o diálogo entre empregador e colaborador torna-se essencial para evitar conflitos.

Mesmo diante dessa possibilidade de recusa, o atestado de acompanhamento continua exercendo papel importante na formalização das ausências. Ele demonstra que a falta ocorreu por motivo legítimo, oferecendo respaldo moral ao trabalhador.

Ao mesmo tempo, a emissão do documento evidencia a seriedade do acompanhamento, já que envolve assinatura de um profissional de saúde. Portanto, ainda que não gere abono automático, serve como prova relevante em eventuais questionamentos.

Como solicitar o documento?

O trabalhador deve solicitar o atestado de acompanhamento no momento do atendimento médico, informando ao profissional de saúde a necessidade da declaração. Para maior segurança, é recomendável apresentar o documento à empresa no mesmo dia da ausência ou, no máximo, no dia seguinte.

Além disso, é importante guardar cópias para eventual comprovação futura. Em situações especiais, como acompanhamento de idosos ou pacientes em tratamento prolongado, médicos podem emitir o documento de forma mais detalhada.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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