MEI, o que você paga de INSS pode te prejudicar no futuro: saiba como aumentar o valor
O valor que o MEI paga de INSS é baixo e pode ter benefícios a curto prazo, mas na hora de precisar dos valores pode acabar se dando mal.
O regime de Microempreendedor Individual, mais conhecido como MEI, surgiu para facilitar a vida de milhões de trabalhadores que desejam formalizar atividades e acessar direitos básicos. Esse modelo trouxe uma solução simples para autônomos que enfrentavam alta carga tributária e burocracia.
Isso porque ele reúne em uma única guia o recolhimento de impostos e contribuições. Além disso, ele abriu portas para benefícios previdenciários, como auxílio-doença e aposentadoria, garantindo cobertura mínima em troca de uma contribuição reduzida.
No entanto, apesar da praticidade e da economia mensal imediata, o MEI também apresenta limitações relevantes para o futuro. Por isso, compreender como funciona a contribuição e quais impactos ela gera é essencial para planejar uma vida financeira sustentável e equilibrada.

Neste artigo, você vai ver:
Como funciona a contribuição do MEI ao INSS?
A contribuição previdenciária do MEI ocorre de forma simplificada e obrigatória. Todo microempreendedor precisa pagar mensalmente a guia DAS, que já inclui a parte destinada ao INSS e os tributos municipais e estaduais, dependendo da atividade exercida.
O percentual aplicado ao salário mínimo define o valor exato da contribuição, independentemente do faturamento da empresa. Assim, mesmo quem fatura no limite permitido pagará o mesmo valor de quem tem receita menor, o que torna o regime bastante acessível.
Esse recolhimento, no entanto, assegura apenas benefícios limitados. O MEI que contribui regularmente tem direito à aposentadoria por idade, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte para dependentes.
Apesar disso, o valor da aposentadoria é sempre equivalente a um salário mínimo, mesmo que o faturamento do negócio seja superior. Esse ponto representa o principal diferencial em relação ao trabalhador autônomo tradicional, que pode contribuir com percentuais maiores.
A grande vantagem para o MEI está na simplificação do sistema. Ele evita a necessidade de lidar com o carnê-leão do Imposto de Renda e com as alíquotas progressivas de até 27,5% aplicadas sobre rendimentos.
Quanto o MEI paga atualmente?
O Programa Gerador de Documento de Arrecadação (PGMEI) já atualizou os valores para 2025, tomando como base o novo salário mínimo. Os montantes são:
- R$ 75,90 de INSS, equivalente a 5% do salário mínimo de R$ 1.518,00.
- R$ 5,00 de ISS, para quem presta serviços sujeitos a esse imposto.
- R$ 1,00 de ICMS, para quem atua com comércio ou indústria.
- R$ 182,16 de INSS, no caso de MEI transportador autônomo de cargas, que contribui com 12% do salário mínimo.
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Problemas do valor da contribuição do MEI
Embora a contribuição reduzida represente economia imediata, ela gera limitações para o futuro. O principal problema é que o valor da aposentadoria não acompanha o faturamento do negócio, ficando restrito ao salário mínimo.
Isso significa que um microempreendedor que construiu um negócio sólido e rentável continuará limitado a um benefício básico, o que pode comprometer sua estabilidade financeira na velhice, momento de muitos gastos.
Outro ponto crítico é a ausência de proporcionalidade entre a contribuição e a renda. Enquanto o autônomo pode contribuir de acordo com seus ganhos, o MEI não tem essa flexibilidade. Isso pode criar uma falsa sensação de segurança, já que o valor recolhido não reflete o padrão de vida da pessoa.
Além disso, existe o risco de muitos microempreendedores não planejarem uma complementação previdenciária. Como o regime se mostra acessível e barato, grande parte dos MEIs acaba acreditando que o benefício será suficiente.
No entanto, especialistas destacam que confiar apenas no valor da aposentadoria garantida pelo regime pode resultar em dificuldades financeiras, principalmente em períodos de aumento do custo de vida, que ocorrem constantemente.
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Como aumentar a contribuição mensal para uma aposentadoria maior?
Apesar das limitações, o MEI pode adotar estratégias para ampliar sua proteção previdenciária. Uma das principais alternativas é complementar o recolhimento com a contribuição facultativa ao INSS, que permite aumentar o valor destinado ao instituto.
O contribuinte também pode optar por mudar para o regime de autônomo tradicional, caso seus rendimentos ultrapassem os limites do MEI. Nesse formato, a contribuição é de 20% sobre o salário de contribuição, respeitando os tetos mínimos e máximos.
Ainda que o valor mensal seja mais alto, o benefício a longo prazo é consideravelmente maior, já que pode alcançar até o limite máximo estabelecido pelo INSS. Outra alternativa é investir em previdência privada como complemento.
Essa escolha dá ao empreendedor maior liberdade de planejamento, já que o valor investido pode variar de acordo com a sua capacidade financeira. Aliar a contribuição do MEI com um plano de previdência privada ou com aportes mensais em investimentos sólidos aumenta a segurança para o futuro.
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