O que falta para aprovação da isenção do IRPF para quem recebe até R$ 5 mil?
Durante seu mandato, o presidente Lula prometeu que isentaria pessoas que ganham até R$ 5 mil da obrigação de declarar o IRPF.
O Imposto de Renda da Pessoa Física, conhecido pela sigla IRPF, constitui uma das principais fontes de arrecadação da União e desempenha papel essencial na manutenção de políticas públicas no Brasil. Esse tributo incide sobre os rendimentos de trabalhadores, autônomos, investidores e aposentados.
Ele é calculado de acordo com uma tabela progressiva que considera diferentes faixas de renda. Assim, quanto maior a renda do contribuinte, maior será o valor a ser pago, sempre respeitando os limites estabelecidos pela legislação.
Além de arrecadar recursos, o IRPF também funciona como instrumento de justiça fiscal, já que busca equilibrar a cobrança de impostos entre diferentes grupos sociais. Por isso, qualquer mudança em suas regras desperta atenção, tanto da população quanto do governo e do Congresso.

Neste artigo, você vai ver:
Governo promete isenção do IRPF até R$ 5 mil
O governo federal estabeleceu como prioridade a ampliação da faixa de isenção do IRPF para todos os brasileiros que recebem até R$ 5 mil mensais. Essa promessa fez parte da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tem grande impacto sobre a vida de milhões de trabalhadores.
Atualmente, estão isentos do pagamento apenas aqueles que ganham até dois salários mínimos, equivalentes a R$ 3.036, o que restringe o benefício a uma parcela menor da população. A proposta vai além da simples atualização da tabela do IRPF.
Ela também prevê um desconto parcial para quem tem rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Esse mecanismo busca garantir uma transição mais equilibrada entre os que passam da faixa de isenção e os que já se encontram em níveis de renda superiores.
Para compensar a perda de arrecadação causada pela ampliação da isenção, o Ministério da Fazenda incluiu no texto a criação de uma tributação mínima para os super-ricos, com alíquotas progressivas de até 10% sobre rendas anuais acima de R$ 600 mil.
Além disso, o projeto já passou por análise de comissão especial na Câmara e manteve sua espinha dorsal praticamente intacta. O relator do texto conseguiu aprovar a urgência da proposta, o que, em tese, abre caminho para uma votação em plenário.
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Por que o texto ainda não foi aprovado?
Embora o projeto seja considerado prioritário, a sua votação enfrenta obstáculos significativos dentro do Congresso. Um dos principais fatores que trava o andamento é o clima de insatisfação dos parlamentares com o governo, motivado principalmente pela demora na liberação de emendas.
Outro ponto de tensão envolve disputas políticas em torno de temas paralelos, como a chamada PEC da Blindagem e a proposta de anistia. Essas matérias, ao dominarem a agenda legislativa, criaram um ambiente conflagrado, dificultando que projetos de interesse fiscal avancem com a agilidade.
Em meio a essas disputas, o presidente da Câmara, Hugo Motta, chegou a sinalizar que poderia colocar a proposta em votação, mas enfrenta pressão da oposição, que deseja derrubar a compensação prevista pelo governo.
No Senado, a situação também é marcada por movimentos estratégicos. O senador Renan Calheiros pautou na Comissão de Assuntos Econômicos um projeto semelhante ao do governo, em gesto interpretado como uma forma de pressionar a Câmara.
Embora o texto apresentado por ele seja praticamente idêntico ao da Fazenda, essa disputa de protagonismo entre parlamentares adiciona complexidade ao processo legislativo e posterga a decisão final.
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Entendendo a proposta de isenção do IRPF
A ampliação da faixa de isenção do IRPF até R$ 5 mil mensais representa alívio imediato para milhões de contribuintes. Na prática, trabalhadores que recebem dentro desse limite não terão mais descontos em seus rendimentos, o que aumenta a renda disponível para consumo ou poupança.
Já aqueles que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7.350 contarão com um desconto parcial, evitando uma transição abrupta na carga tributária. Para equilibrar as contas públicas, a equipe econômica propõe que super-ricos passem a contribuir mais.
A ideia é aplicar alíquotas progressivas sobre rendas superiores a R$ 600 mil anuais, o que garante maior justiça fiscal e reduz a concentração de tributos sobre a classe média. Com essa medida, o governo busca compensar a queda na arrecadação decorrente da ampliação da isenção.
Apesar das turbulências políticas, técnicos da Fazenda reforçam que a aprovação do projeto é fundamental para cumprir promessas de campanha e atender demandas sociais urgentes. Além disso, acreditam que a modernização da tabela reduza distorções acumuladas ao longo dos anos.
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