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Quase 1,5 milhão de beneficiários deixaram o Bolsa Família: entenda o motivo

Milhares de famílias estão deixando a folha de pagamento do Bolsa Família nos últimos meses, mas o motivo é positivo.

O Bolsa Família representa um dos principais programas de transferência de renda do Brasil, garantindo suporte financeiro a famílias em situação de vulnerabilidade econômica. Por meio dele, milhões de brasileiros recebem recursos mensais que ajudam a atender necessidades básicas.

Além de fornecer renda direta, o programa atua como ferramenta de inclusão social, permitindo que beneficiários acessem outros serviços públicos e oportunidades de capacitação profissional. Assim, eles conseguem se reestabelecer socialmente.

O Bolsa Família também contribui para reduzir a pobreza e a desigualdade, fortalecendo o papel do Estado na proteção social. Com regras claras e acompanhamento constante, o programa reflete mudanças na vida das famílias, ajustando benefícios conforme renda e composição familiar.

Quem aumenta a renda pode sair do Bolsa Família, deixando de ser dependente do benefício.
Quem aumenta a renda pode sair do Bolsa Família, deixando de ser dependente do benefício. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Mais de 1,5 milhão deixam a folha de pagamento do Bolsa Família

Neste mês de setembro, o Bolsa Família vai destinar R$ 12,96 bilhões a 19,07 milhões de lares, porém esse número representa uma queda de 1,43 milhão de beneficiários em relação a junho, o que mostra uma mudança significativa.

O Ministério do Desenvolvimento Social explica que, além do fluxo natural de entrada e saída de famílias, o aumento da renda tem feito com que muitas não precisem mais do benefício, resultando na exclusão automática do programa.

Somente em julho, cerca de um milhão de domicílios deixaram de receber o Bolsa Família por aumento da renda, sendo que 536 mil atingiram o limite previsto pela Regra de Proteção. Assim, as famílias não ficam desamparadas.

O programa mantém fluxo contínuo de entradas e saídas, refletindo mudanças na vida das famílias, como nascimento de crianças, falecimentos, casamentos, divórcios, contratações ou demissões. Essa dinâmica faz do Bolsa Família um sistema flexível, capaz de se ajustar às necessidades reais de cada beneficiário.

Assim, famílias que passam a ter maior estabilidade econômica deixam o programa de forma organizada, enquanto novos cadastrados entram para receber apoio. Essa lógica garante que os recursos cheguem às pessoas que mais necessitam, preservando a finalidade social do programa.

Além disso, o aumento da renda e o cumprimento da regra de proteção permitem que o governo direcione corretamente os recursos públicos, evitando desperdícios e fraudes. O acompanhamento mensal das famílias e o cruzamento de dados com o CadÚnico contribuem para o funcionamento.

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Nível mais baixo de desemprego da história

O desemprego em níveis historicamente baixos também influencia a redução no número de beneficiários do Bolsa Família, pois muitas famílias passam a ter renda própria suficiente para não depender do programa.

Em 2024, o Brasil criou 1,69 milhão de vagas formais, sendo que quase 99% delas foram ocupadas por pessoas registradas no Cadastro Único, e 75,5% por beneficiários do Bolsa Família. Esse cenário mostra que o programa fornece apoio financeiro imediato.

Além disso, o governo federal desenvolveu o programa Acredita no Primeiro Passo, que capacita inscritos no CadÚnico e oferece prioridade em contratações, principalmente em empresas de grande porte, como varejistas e indústrias.

Empresas menores também podem participar por meio de crédito subsidiado, ampliando as oportunidades de emprego para beneficiários do Bolsa Família. Dessa forma, o programa contribui para que famílias deixem a situação de vulnerabilidade, aumentando renda e estabilidade financeira.

O aumento da renda também permitiu que mais de 14 milhões de pessoas saíssem da pobreza desde 2023, de acordo com dados do CadÚnico, mostrando que o Bolsa Família atua em conjunto com políticas de emprego e inclusão social.

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Quais as regras do Bolsa Família?

O Bolsa Família estabelece critérios claros de elegibilidade, considerando renda familiar per capita, inscrição no CadÚnico e atualização constante dos dados. O valor mínimo do benefício é R$ 600 por família, podendo aumentar conforme a composição familiar.

Isso inclui adicionais como Benefício Primeira Infância de R$ 150, Benefício Variável Familiar de R$ 50 para gestantes e jovens, e Benefício Variável Familiar Nutriz de seis parcelas de R$ 50 para mães de bebês até seis meses. Nenhuma família recebe menos que R$ 600, mesmo que a soma dos benefícios seja inferior.

Regra de transição para quem aumenta a renda

A Regra de Proteção permite que famílias que aumentam a renda per capita continuem recebendo parte do Bolsa Família por um período determinado, evitando cortes abruptos e mantendo estabilidade financeira.

Esse mecanismo aplica-se a famílias que atingem a renda de R$ 218 até meio salário mínimo, garantindo que não percam totalmente o benefício de forma repentina. A regra facilita a transição para a independência financeira e fortalece a função social do programa.

Para ter direito ao Bolsa Família, a família deve estar inscrita no CadÚnico, com dados atualizados, e ter renda mensal per capita dentro do limite permitido. A seleção é realizada mensalmente de forma automatizada, considerando as informações do cadastro.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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