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Autoescola não será obrigatória para tirar CNH? Entenda o projeto do governo

Um projeto do governo pode desobrigar as autoescolas do processo de obtenção da CNH para que a emissão não seja tão cara.

A emissão da Carteira Nacional de Habilitação, a CNH, é um dos processos mais importantes para quem deseja conduzir veículos legalmente no Brasil, porém o custo elevado tornou-se um obstáculo significativo para milhões de pessoas.

Atualmente, o processo pode ultrapassar facilmente os três mil reais, valor que pesa no orçamento de famílias de baixa e média renda. Como resultado, muitos cidadãos acabam adiando ou até desistindo de buscar a habilitação, o que favorece a condução irregular e compromete a segurança no trânsito.

A alta burocracia, a exigência de carga horária mínima e a falta de flexibilidade tornam o processo ainda mais restritivo. Por isso, uma proposta recente do Ministério dos Transportes pretende modificar esse cenário e abrir espaço para maior inclusão.

Quem quiser tirar CNH pode enfrentar um processo mais acessível.
Quem quiser tirar CNH pode enfrentar um processo mais acessível. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Autoescolas não serão obrigatórias para emissão da CNH?

O Ministério dos Transportes anunciou a abertura de consulta pública para discutir mudanças nas regras da CNH e uma das propostas mais relevantes é justamente retirar a obrigatoriedade do uso exclusivo de autoescolas.

Isso significa que os candidatos poderão optar por se preparar com instrutores autônomos credenciados ou ainda recorrer aos Centros de Formação de Condutores, mantendo a liberdade de escolha. A intenção do governo é democratizar o acesso e permitir que cada pessoa decida como se preparar.

Essa mudança se justifica porque o modelo atual apresenta custos elevados e processos burocráticos que excluem grande parte da população. Estima-se que mais de vinte milhões de brasileiros dirigem sem habilitação justamente por não conseguirem arcar com as despesas do processo.

A proposta, portanto, não pretende eliminar os CFCs, mas ampliar alternativas, oferecendo mais personalização e redução de custos para quem deseja obter sua CNH. Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, a flexibilização permitirá mais inclusão social.

Isso porque pessoas de diferentes regiões e com condições financeiras distintas poderão acessar a formação de motoristas de maneira adequada às suas realidades. Além disso, com o credenciamento de instrutores independentes, o governo busca aproximar a formação da realidade local de cada candidato.

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Mudança na carga horária

Outro ponto central da proposta é a eliminação da carga horária mínima obrigatória de vinte horas-aula práticas. Atualmente, essa exigência aumenta os custos e limita a flexibilidade do aluno. Com o novo modelo, cada candidato poderá definir quantas aulas práticas deseja realizar.

Isso levando em conta suas necessidades individuais e sua experiência ao volante. Essa mudança reduz despesas e permite uma formação mais personalizada, sem abrir mão da exigência de aprovação nos exames teórico e prático.

A nova diretriz não elimina a importância das aulas, mas reforça que a competência do motorista será avaliada exclusivamente nos exames finais. Assim, mesmo sem a obrigação de cumprir determinado número de horas, o candidato precisará comprovar habilidades adequadas para conduzir veículos.

Além disso, a retirada da carga horária mínima vem acompanhada da possibilidade de estudar a parte teórica de diferentes maneiras. O conteúdo poderá ser acessado presencialmente nos CFCs, em empresas credenciadas de ensino a distância ou até em formato digital oferecido pela própria Senatran.

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Como vai funcionar a emissão da CNH sem autoescolas?

O processo de emissão da CNH continuará exigindo aprovação nos exames teórico e prático, porém o candidato terá novas formas de se preparar. A abertura do processo ocorrerá diretamente pelo site da Senatran ou pela Carteira Digital de Trânsito, facilitando o acesso e reduzindo burocracias.

Nesse modelo, os instrutores autônomos precisarão de credenciamento oficial junto aos Detrans, com formação garantida por cursos digitais e avaliação obrigatória. Esses profissionais só poderão atuar após cumprirem requisitos legais e comprovarem a capacitação exigida.

Para assegurar a qualidade, todos serão identificados digitalmente na Carteira Digital de Trânsito, o que garante maior fiscalização. Essa medida também evita fraudes e cria um ambiente mais transparente para a formação de novos condutores.

Além disso, a proposta prevê o uso de plataformas tecnológicas semelhantes a aplicativos de mobilidade, permitindo que candidatos e instrutores se conectem para agendar aulas, realizar pagamentos digitais e utilizar geolocalização.

Outro aspecto relevante é que a mudança se estenderá também para as categorias C, D e E, que envolvem motoristas de caminhões, ônibus e carretas. A expectativa é que a flexibilização torne o processo mais ágil, sem comprometer a segurança.

Segundo o governo, a redução de custos pode chegar a oitenta por cento, resultado da eliminação da carga horária mínima e do fortalecimento do ensino digital. Isso representa uma oportunidade para milhões de brasileiros que antes não conseguiam arcar com o valor elevado do processo.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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