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Governo quer facilitar emissão da CNH: veja o que muda

A emissão da CNH não precisa mais ser um obstáculo para pessoas de baixa renda, pois o governo está mudando algumas regras

Os altos valores da CNH no Brasil têm se tornado um dos principais desafios para quem deseja obter o documento e começar a dirigir de forma regularizada. Em muitos estados, o custo ultrapassa os quatro mil reais, o que impede grande parte da população de iniciar o processo de habilitação.

Esse valor elevado resulta da soma de diversos fatores, como as taxas estaduais, os custos das autoescolas, os exames obrigatórios e até mesmo as diferenças de renda per capita entre as regiões do país.

Em 2025, por exemplo, o Rio Grande do Sul registrou o maior valor médio, com R$ 4.951,35, enquanto a Paraíba teve o menor, com R$ 1.950,40. Diante desse cenário, o governo federal propõe mudanças significativas para facilitar o acesso à CNH e reduzir os custos.

Quem vai tirar CNH no Brasil pode passar por um processo mais barato e menos burocrático.
Quem vai tirar CNH no Brasil pode passar por um processo mais barato e menos burocrático. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Mudanças na emissão da CNH no Brasil

O Ministério dos Transportes apresentou um projeto que promete transformar completamente o processo de emissão da CNH, tornando-o mais acessível, moderno e flexível. A proposta está em consulta pública na plataforma Participa + Brasil.

Ela tem como meta diminuir o custo e simplificar etapas que hoje tornam o processo demorado e caro. Atualmente, a formação de um novo condutor pode durar quase um ano e custar em média R$ 4.200. O objetivo da nova política é permitir que o candidato tenha mais liberdade para emitir o documento.

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1. Requisitos básicos

Os critérios de entrada permanecem os mesmos: o candidato deve ter no mínimo 18 anos, saber ler e escrever, possuir documento de identidade e estar inscrito no CPF. A grande inovação é que quem optar por fazer o curso teórico à distância poderá comprovar sua identidade de forma digital.

2. Abertura do processo

Após atender aos requisitos, o candidato poderá iniciar o processo de forma totalmente digital, pelo aplicativo ou site do Detran de seu estado. Ainda assim, quem preferir pode abrir o processo presencialmente. Todo o andamento da solicitação será acompanhado online pelo sistema Renach.

3. Comece a estudar

Esta é uma das principais mudanças do projeto. O curso teórico deixa de ser exclusividade das autoescolas, e o candidato não precisará cumprir obrigatoriamente 45 horas de aula. Agora, o futuro condutor pode escolher estudar por conta própria, em instituições públicas ou em autoescolas.

4. Coleta biométrica

Depois de concluir o curso teórico, o candidato deverá fazer a coleta biométrica (foto, digitais e assinatura) diretamente no Detran. Essa etapa é essencial, pois garante a autenticidade do processo. A biometria será usada em todas as etapas seguintes, inclusive nas provas teórica e prática.

5. Exames médicos

Os exames médicos e psicológicos continuam obrigatórios. Eles avaliam a aptidão física e mental do futuro motorista e devem ser feitos em clínicas credenciadas pelo Detran. O agendamento ocorrerá online, tornando o processo mais ágil e transparente.

6. Aulas práticas passam a ser opcionais

Outra grande mudança é a flexibilização das aulas práticas. A carga horária mínima de 20 horas-aula deixará de ser obrigatória, e o candidato poderá decidir se deseja ou não contratar aulas com instrutores credenciados.

O treinamento continuará disponível nas autoescolas, mas o aluno poderá optar por aprender com instrutores independentes. O carro usado nas aulas poderá ser do próprio aluno ou do profissional de trânsito.

7. Exame teórico

A prova teórica continuará sendo obrigatória, mas com mais flexibilidade. O exame poderá ser feito presencialmente ou online, conforme a estrutura do Detran local. Para ser aprovado, o candidato precisa acertar pelo menos 70% das questões. Caso reprove, poderá refazer a prova quantas vezes for necessário.

8. Prova prática

A avaliação prática segue como requisito obrigatório. Ela deve ser agendada junto ao Detran e aplicada por avaliadores oficiais. O exame mede a habilidade do candidato em conduzir o veículo com segurança, assim como já ocorre.

O sistema de pontuação permanece o mesmo: o aluno inicia com 100 pontos e perde conforme os erros cometidos. É necessário terminar com pelo menos 90 pontos para ser aprovado. Quem não atingir a nota mínima poderá remarcar o teste.

9. Permissão e CNH definitiva

Os candidatos aprovados recebem automaticamente a Permissão para Dirigir (PPD), válida por um ano. Durante esse período, o motorista não pode cometer infrações graves, gravíssimas nem reincidir em médias. Após cumprir o prazo sem penalidades, o sistema emite a CNH definitiva de forma automática.

10. Custos e taxas

Com a nova proposta, as taxas continuarão sendo definidas pelos Detrans estaduais, mas o custo total deve cair consideravelmente. A expectativa é de uma redução de até 80% no valor final, já que o candidato poderá escolher cursos gratuitos, estudar online e fazer como preferir.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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