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Entenda como o projeto de emissão da CNH sem autoescola vai funcionar no Brasil

A emissão da CNH, tão cara em muitos estados, pode mudar drasticamente, facilitando o acesso de populações mais pobres

Tirar a CNH no Brasil representa um dos maiores desafios financeiros para muitos cidadãos. O processo tradicional, que envolve aulas teóricas e práticas em autoescolas, costuma ter um custo elevado e, por isso, acaba sendo inacessível para grande parte da população.

Em várias regiões do país, o valor total para obter a habilitação ultrapassa a renda mensal média de um trabalhador, o que torna o sonho de dirigir um veículo distante para milhões de brasileiros. Para se ter ideia, o processo pode alcançar até R$ 3 mil.

Além disso, o sistema atual exige etapas presenciais e longos prazos, o que dificulta ainda mais a conquista da carteira de motorista. Por isso, o governo tem buscado alternativas para simplificar e baratear esse processo, aproximando o direito de dirigir da realidade de quem mais precisa.

Em breve, a emissão da CNH pode ganhar novos desdobramentos. Confira o que muda.
Em breve, a emissão da CNH pode ganhar novos desdobramentos. Confira o que muda. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Projeto quer desobrigar autoescolas na emissão da CNH

O Governo Federal apresentou uma proposta inovadora que promete transformar completamente a forma como os brasileiros conquistam a CNH. O projeto, atualmente em consulta pública até 2 de novembro, busca permitir que o candidato escolha como e onde estudar.

Essa medida tem como principal objetivo reduzir custos e ampliar o acesso à habilitação, especialmente para quem enfrenta dificuldades financeiras. O Ministério dos Transportes afirma que a mudança não compromete a segurança do processo, pois todas as etapas continuarão sob supervisão dos Detrans.

De acordo com o governo, o modelo proposto pretende democratizar o acesso à CNH, tornando o processo mais inclusivo e menos burocrático. A ideia é que o cidadão tenha liberdade para decidir se deseja estudar em instituições públicas, privadas ou até mesmo de forma autônoma.

Essa flexibilização marca uma das maiores reformulações já vistas na legislação de trânsito brasileira, que desde a criação do Código de Trânsito Brasileiro, em 1997, manteve a obrigatoriedade das autoescolas como parte central da formação do condutor.

O novo formato também prevê que todo o acompanhamento do processo ocorra de maneira digital, por meio do aplicativo ou site do Detran de cada estado. Assim, o candidato poderá realizar inscrições, acessar documentos e verificar seu progresso diretamente pelo sistema Renach.

Com isso, o governo espera reduzir não apenas os custos financeiros, mas também o tempo gasto entre o início da formação e a emissão da carteira. Estima-se que, com essa mudança, o valor total para obter a CNH possa cair em até 80%, tornando-se acessível a um número muito maior de brasileiros.

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Como vai ser o novo processo de emissão da CNH?

O novo modelo de obtenção da CNH propõe um formato mais simples, acessível e digital. O candidato precisará atender a alguns requisitos básicos, como ter 18 anos completos, saber ler e escrever, possuir um documento de identidade válido e estar inscrito no CPF.

Após o cadastro inicial no site ou aplicativo do Detran, o interessado poderá iniciar o processo de habilitação diretamente no ambiente digital, acompanhando cada etapa por meio do sistema integrado. Essa digitalização busca agilizar o atendimento e reduzir a necessidade de deslocamento.

O curso teórico, que antes era realizado exclusivamente nas autoescolas, passará a ser livre e flexível. O candidato poderá optar por estudar de forma presencial, on-line ou híbrida, utilizando o material didático disponibilizado por instituições credenciadas ou programas oficiais do próprio governo.

Essa liberdade permite que cada pessoa organize seus estudos conforme sua rotina e disponibilidade, sem depender de horários fixos. Além disso, o governo pretende oferecer cursos gratuitos e de baixo custo em plataformas públicas, o que tornará o processo ainda mais acessível.

Após concluir o conteúdo teórico, o candidato poderá escolher se deseja realizar aulas práticas com um instrutor particular credenciado ou treinar com veículo próprio, desde que atenda às normas de segurança exigidas pelo Detran.

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Biometria, exames e provas

Apesar das mudanças no processo de ensino, o projeto da CNH sem autoescola mantém todas as exigências relacionadas à segurança e à identificação dos candidatos. Após o cadastro inicial, será obrigatória a coleta biométrica no Detran, com foto, assinatura e impressões digitais.

Essa etapa é essencial para garantir a autenticidade das informações e será usada em todas as fases seguintes, incluindo os exames médico, psicológico, teórico e prático. Dessa forma, o sistema assegura que apenas o candidato inscrito realize as provas, evitando fraudes e mantendo o controle digital.

Os exames médicos e psicológicos continuam obrigatórios e devem ser realizados em clínicas credenciadas. Esses testes garantem que o futuro motorista possua condições físicas e emocionais adequadas para conduzir veículos.

A grande inovação está na etapa das aulas práticas, que deixam de ser obrigatoriamente ministradas por autoescolas. O candidato poderá contratar instrutores particulares ou conduzir o treinamento de forma independente, desde que siga as regras estabelecidas pelo Detran.

Por fim, o projeto mantém a prova teórica e o exame prático de direção, ambos exigidos para a aprovação final. O teste teórico poderá ser feito presencialmente ou on-line, de acordo com a estrutura do Detran de cada estado, e exigirá um acerto mínimo de 70% das questões.

Já na prova prática, o candidato deverá alcançar 90 pontos para ser aprovado. Com esse novo formato, o governo busca equilibrar acessibilidade, segurança e eficiência, oferecendo um caminho mais democrático para quem deseja conquistar a CNH, reduzindo custos e modernizando o sistema.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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