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Quase 900 mil beneficiários são cortados do Bolsa Família em julho: entenda o motivo

Os novos cortes de benefícios do Bolsa Família deixaram milhares de pessoas com receio de também serem alvo.

O Bolsa Família permanece como um dos programas sociais mais importantes no combate à pobreza e à desigualdade no Brasil, atuando diretamente no fortalecimento da rede de proteção social. Ele foi criado para garantir renda mínima às famílias em situação de vulnerabilidade.

Contudo, ele não se limita ao repasse financeiro, pois promove acesso à educação, saúde e cidadania. No entanto, com o avanço de mudanças econômicas e a retomada do mercado formal de trabalho, o programa passou por ajustes importantes que visam melhorar sua focalização.

Nesse novo cenário, compreender as transformações nas regras, os critérios de permanência e o calendário de pagamento tornou-se indispensável para milhões de beneficiários. Diante disso, as famílias devem acompanhar de perto as atualizações para não perderem o direito ao benefício.

Se você recebe o Bolsa Família, cuidado para não ser cortado no próximo mês.
Se você recebe o Bolsa Família, cuidado para não ser cortado no próximo mês. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Governo realiza corte de 900 mil famílias do Bolsa Família

Desde o início de julho, o governo federal colocou em prática uma nova etapa de revisões no Bolsa Família, o que resultou na exclusão de aproximadamente 900 mil famílias do programa. Essa medida segue a política de aperfeiçoamento da gestão de benefícios sociais.

O objetivo é direcionar os recursos públicos às famílias que realmente se encontram em vulnerabilidade. De acordo com a Caixa Econômica Federal, responsável pelos repasses, o corte ocorreu após análise dos dados atualizados das famílias no Cadastro Único e identificação de alterações de renda.

Muitas das famílias excluídas tiveram mudança na situação econômica, especialmente em razão de novos vínculos formais de trabalho. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) explicou que as mudanças não ocorreram de forma aleatória, mas basearam-se em critérios revisados.

O objetivo do governo é concentrar os recursos em quem mais precisa, reduzindo distorções e beneficiando as famílias que ainda vivem em extrema pobreza ou pobreza. Para isso, o programa passou a contar com cruzamento de dados mais rigoroso, usando a Receita Federal, do eSocial e outras bases.

Apesar do número expressivo de desligamentos, o governo esclareceu que não se trata de uma exclusão definitiva. Famílias que voltarem a se enquadrar nos critérios poderão ser reinseridas no programa por meio do CRAS.

Além disso, o processo de revisão continuará nos próximos meses, o que exige atenção redobrada dos beneficiários para manter os dados atualizados no Cadastro Único. Assim, mesmo diante das mudanças, a porta permanece aberta para quem realmente precisa da assistência pública.

Famílias na Regra de Proteção estão seguras?

Nem todas as famílias com aumento temporário de renda foram afetadas pelas novas diretrizes. Aquelas já incluídas na chamada Regra de Proteção até o mês de maio de 2025 continuam com direito de permanência no programa por até 24 meses.

Essa regra serve justamente para evitar que famílias que conquistaram renda formal recente percam imediatamente o benefício. O objetivo é garantir uma transição gradual, promovendo autonomia sem provocar uma queda abrupta na renda total do núcleo familiar.

Portanto, quem já fazia parte da regra antiga mantém o direito assegurado durante o prazo estipulado. Por outro lado, para novas famílias que passarem a ter aumento de renda a partir de junho de 2025, as condições mudaram significativamente.

O tempo de permanência foi reduzido para 12 meses, e o limite de renda permitido caiu de R$ 759 para R$ 706. Essa alteração tem como base a tentativa de aumentar o foco nos beneficiários que permanecem em vulnerabilidade e também considera a elevação do salário mínimo e a retomada de emprego formal.

No caso de renda estável, como aposentadoria, pensão ou Benefício de Prestação Continuada (BPC), a permanência permitida caiu para apenas dois meses, com exceção das famílias que têm pessoas com deficiência, que continuam com o prazo estendido de até 12 meses.

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Quais as mudanças nas regras do benefício?

As mudanças no Bolsa Família impactam diretamente os critérios de permanência e a forma como o programa acompanha a evolução da renda das famílias. O governo definiu novas diretrizes a partir de junho de 2025. Veja os principais pontos alterados:

  • O limite de renda familiar mensal para permanecer na Regra de Proteção foi reduzido de R$ 759 para R$ 706, exigindo atenção redobrada à composição da renda.
  • O tempo de permanência para famílias com renda instável (vínculos recentes ou informais) caiu de 24 meses para 12 meses, estabelecendo transição mais rápida para desligamento.
  • Famílias com renda estável, como aposentados e pensionistas, agora têm prazo de apenas dois meses para permanecer no programa, salvo em casos de deficiência, que mantêm o direito por até 12 meses.

Essas medidas entraram em vigor na folha de pagamento de julho e afetam todas as novas entradas no programa. Famílias que se enquadram na nova regulamentação devem buscar o CRAS para esclarecer dúvidas e regularizar seu cadastro.

A atualização cadastral tornou-se ainda mais estratégica, pois os sistemas do governo realizam cruzamentos periódicos de dados com outras instituições. Assim, manter as informações atualizadas pode evitar bloqueios, suspensões e cancelamentos inesperados do benefício.

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Calendário do Bolsa Família em julho

Os pagamentos do Bolsa Família seguem cronograma escalonado de acordo com o final do Número de Identificação Social (NIS) de cada beneficiário. Confira a tabela com as datas de liberação para o mês de julho:

Final do NISData de Pagamento
118/07
221/07
322/07
423/07
524/07
625/07
728/07
829/07
930/07
031/07
Fonte: Caixa

Para consultar o valor e a data do pagamento, o beneficiário pode utilizar o aplicativo Bolsa Família, disponível para Android e iOS, ou o Caixa Tem, que também permite movimentar o dinheiro diretamente pelo celular. Outra opção é ligar para o número 111 da Caixa Econômica Federal ou acessar o site oficial.

Em caso de dúvidas sobre o cadastro, o CRAS mais próximo continua sendo o canal principal de atendimento e orientação. Dessa forma, o beneficiário garante acesso contínuo ao programa, acompanhando todas as informações necessárias com facilidade.

Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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