É MEI e está devendo ao governo? Veja como quitar seus débitos com desconto!
O MEI que está devendo o pagamento de tributos obrigatórios não deve demorar para renegociar suas dívidas com o governo.
O regime do Microempreendedor Individual (MEI) foi criado para simplificar a formalização de pequenos negócios, garantindo acesso a direitos previdenciários, emissão de notas fiscais e linhas de crédito, com menos burocracia e carga tributária reduzida.
No entanto, mesmo com as facilidades oferecidas, o MEI não está isento de cumprir obrigações essenciais, como o pagamento do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), a entrega da declaração anual e a regularidade fiscal junto à Receita Federal.
Quando essas exigências não são atendidas, o empreendedor acumula dívidas e pode sofrer sanções que comprometem o funcionamento do negócio. Diante disso, manter a organização financeira e cumprir prazos se torna indispensável para garantir a continuidade das atividades e o acesso aos benefícios.

Neste artigo, você vai ver:
Mais de 2 milhões de MEI estão em dívida com a União
De acordo com levantamento recente da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), cerca de 2,4 milhões de MEIs estão inscritos na dívida ativa da União por inadimplência tributária. A dívida média de cada microempreendedor gira em torno de R$ 2,9 mil.
É um valor que, apesar de parecer modesto, representa um risco sério para a manutenção do CNPJ e para a saúde financeira da empresa. A inadimplência, além de limitar o acesso a benefícios, impede a emissão de certidões negativas, bloqueia serviços e pode culminar na exclusão do regime MEI.
Esse cenário faz parte de um problema mais amplo. O total de débitos no Simples Nacional, incluindo MEIs, microempresas (MEs) e empresas de pequeno porte (EPPs), já alcança R$ 180 bilhões. Desse montante, R$ 51,4 bilhões foram parcelados ou renegociados com a PGFN.
Inclusive, que apenas R$ 862 milhões correspondem a débitos de MEIs. Apesar de o valor parecer pequeno em comparação com os demais regimes, o impacto direto na vida do microempreendedor é significativo. Afinal, qualquer pendência impede o funcionamento do negócio.
No caso de microempresas e empresas de pequeno porte, o endividamento é ainda mais expressivo. Atualmente, 1,6 milhão de MEs e EPPs estão inscritos na dívida ativa, com débitos médios que ultrapassam R$ 108 mil.
No total, o número de empresas com dívidas, considerando todas as naturezas jurídicas, já ultrapassa 5 milhões. Esse dado reforça a importância de manter a regularidade tributária como parte da estratégia de sobrevivência no mercado, especialmente para os pequenos negócios.
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Como renegociar os débitos do MEI?
Para quem acumula débitos com a Receita Federal, a PGFN abriu uma janela de oportunidade para renegociação de dívidas em condições mais favoráveis. Até setembro de 2025, o microempreendedor pode aderir à chamada “transação tributária”, que oferece descontos de até 70% sobre juros e multas.
Essa medida busca facilitar a regularização dos pequenos negócios e destravar o crescimento de empresas travadas por pendências fiscais. Assim, além de reduzir o valor devido, o MEI pode retomar o acesso a crédito, emitir certidões e manter o CNPJ ativo.
A adesão deve ser feita exclusivamente pelo portal Regularize da PGFN, onde o contribuinte pode simular o valor do acordo antes de formalizar a proposta. É importante não deixar para os últimos dias, já que a análise pode levar tempo e depende de fatores como o tipo de dívida e o histórico do empreendedor.
O processo é todo digital e, segundo a PGFN, foi elaborado em linguagem simples para facilitar a compreensão e aumentar a adesão, especialmente entre os MEIs. A proposta representa uma alternativa acessível para quem deseja sair da inadimplência e reestruturar o negócio.
O edital de negociação contempla quatro modalidades distintas, conforme o tipo e o valor da dívida. Podem aderir contribuintes com débitos de até R$ 45 milhões, inscritos até 4 de março de 2025, no caso de transações por capacidade de pagamento, débitos considerados irrecuperáveis.
Já na modalidade de pequeno valor, o prazo de inscrição é até 2 de junho de 2024. Essa segmentação permite que o MEI encontre a alternativa mais adequada ao seu perfil e consiga organizar suas finanças com mais facilidade.
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Quais as outras obrigações do microempreendedor?
Além de manter os pagamentos em dia e regularizar eventuais dívidas, o MEI precisa cumprir outras obrigações para manter sua empresa ativa e regularizada. Veja abaixo os principais compromissos que todo microempreendedor deve acompanhar com atenção:
- Pagar mensalmente o DAS: Esse boleto único reúne os tributos obrigatórios do MEI. O não pagamento gera multa, juros e pode resultar em inscrição na dívida ativa.
- Entregar a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI): Essa declaração deve ser enviada até 31 de maio de cada ano, mesmo que não tenha havido faturamento. A omissão pode acarretar multa e bloqueio do CNPJ.
- Emitir notas fiscais quando necessário: Ao prestar serviços ou vender produtos para pessoas jurídicas, o MEI é obrigado a emitir nota fiscal, conforme exigência legal.
- Controlar o limite de faturamento anual: O MEI pode faturar até R$ 81 mil por ano. Ao ultrapassar esse limite, precisa migrar de regime e pagar tributos adicionais.
- Atualizar informações cadastrais: Mudanças como endereço, atividades ou razão social devem ser comunicadas no Portal do Empreendedor para manter o CNPJ regular.
Manter essas obrigações em dia garante não apenas a continuidade do negócio, mas também a credibilidade da empresa perante clientes, fornecedores e instituições financeiras. O regime MEI, embora simplificado, exige disciplina e organização para que o empreendedor aproveite seus benefícios.
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