Entidades tentaram fraudar devolução do dinheiro cobrado indevidamente, segundo INSS
Após as fraudes do INSS que geraram descontos indevidos por parte de entidades, as mesmas empresas tentaram dar outro golpe fingindo a devolução dos valores.
As fraudes no INSS representam um problema recorrente que afeta diretamente milhões de aposentados e pensionistas em todo o Brasil. Recentemente, vieram à tona novos relatos envolvendo entidades que aplicaram descontos indevidos nos benefícios de segurados, prejudicando o público idoso.
O impacto dessas práticas ilegais vai além da perda financeira, pois abala a confiança no sistema previdenciário. Diante disso, o governo federal lançou um plano de ressarcimento para reembolsar os segurados que sofreram essas cobranças irregulares.
No entanto, mesmo durante esse processo de reparação, surgiram tentativas de novos golpes, o que reforça a necessidade de fiscalização rigorosa e de mecanismos que garantam segurança e transparência nas relações entre beneficiários e instituições. O INSS intensificou suas medidas de controle.

Neste artigo, você vai ver:
INSS informa que entidades tentaram fraudar ressarcimentos
O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, revelou em entrevista à rádio CBN que diversas entidades tentaram burlar o processo de ressarcimento iniciado pelo governo. Segundo ele, essas organizações apresentaram documentos com assinaturas falsas para simular autorizações de descontos.
Waller classificou a situação como uma “fraude da fraude”, demonstrando a complexidade dos casos e a necessidade de mecanismos de apuração ainda mais eficazes. Além disso, ele afirmou que ao menos seis entidades compraram softwares com capacidade para falsificar assinaturas de forma padronizada.
A prática dessas entidades envolveu simulações de assinaturas com o mesmo padrão gráfico, o que levantou suspeitas de falsificação em série. As falsificações seguiam um formato muito semelhante, com abreviações idênticas, assinaturas por extenso e traços retos, dificultando a identificação de fraudes.
O objetivo era validar, de forma fraudulenta, descontos anteriores e garantir a continuidade de cobranças indevidas. Essas ações foram detectadas durante o cruzamento de dados entre o INSS, a Dataprev e a Controladoria-Geral da União (CGU), que reforçaram a auditoria dos documentos apresentados.
Além disso, Waller destacou que o uso de gravações de voz nunca teve autorização legal para validar contratos ou justificar descontos. Ainda assim, algumas entidades utilizaram esse recurso como suposta prova de consentimento por parte dos segurados.
O INSS alertou que esse tipo de material não será considerado válido em nenhuma etapa do processo de ressarcimento. Com base nessas constatações, o instituto pretende abrir um novo prazo para vítimas que já foram ressarcidas, mas sofreram novos golpes por meio de documentos falsos.
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Devolução do dinheiro começou na quinta-feira
O governo iniciou na quinta-feira, dia 24, o depósito dos valores referentes ao ressarcimento de aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos em seus benefícios. A devolução foi feita diretamente na conta bancária usada para o pagamento do benefício, e os valores foram corrigidos.
A medida representou um passo importante na tentativa de reparar os prejuízos causados por entidades que praticaram cobranças sem autorização ou por meio de fraudes. O Ministério da Previdência reforçou que o depósito ocorre de forma automática, sem necessidade de ação prévia por parte do beneficiário.
O governo esclareceu que não realiza transferências por PIX ou qualquer outro meio fora da conta bancária já cadastrada. Isso impede que golpistas usem a movimentação financeira como oportunidade para aplicar novos golpes.
Na primeira etapa, cerca de 400 mil segurados receberam os valores. Nos dias seguintes, o governo deu continuidade aos pagamentos em lotes diários de até 100 mil beneficiários. A expectativa era alcançar aproximadamente um milhão de pessoas até o fim da primeira fase da operação.
Mesmo com o início dos depósitos, o prazo para adesão ao acordo permaneceu aberto. Até o momento, menos da metade dos beneficiários com direito ao ressarcimento efetivou a solicitação. Segundo o INSS, dos mais de dois milhões de segurados afetados, cerca de um milhão já aderiram ao processo.
A adesão continuará liberada nos próximos meses, o que permitirá que os demais lesados façam sua solicitação sem pressa. O governo quer garantir que todos os segurados com direito recebam seus valores de forma justa e segura.
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Como solicitar a devolução do dinheiro ao INSS?
Os aposentados e pensionistas que identificarem descontos indevidos em seus benefícios ainda podem solicitar o ressarcimento por meio de canais oficiais do INSS. A adesão ao acordo é gratuita e pode ser feita de forma simples, tanto pelo aplicativo “Meu INSS” quanto pelo site oficial do instituto.
No portal digital, o segurado deve acessar o menu de serviços, localizar a seção “Descontos Indevidos” e seguir o passo a passo indicado para registrar a contestação. O sistema permite acompanhar o andamento do pedido, garantindo transparência em cada etapa.
Outra opção disponível é a adesão presencial nas agências dos Correios. Para isso, o beneficiário deve levar um documento de identidade com foto e o número do CPF. Os atendentes realizarão o cadastro no sistema e fornecerão um protocolo de confirmação.
Essa alternativa oferece acesso ao processo mesmo para segurados que enfrentam dificuldades com o uso de ferramentas digitais. A descentralização do atendimento amplia o alcance da iniciativa e reforça o compromisso do governo com a inclusão de todos os públicos no programa de ressarcimento.
O prazo para contestar os descontos indevidos vai até 14 de novembro, mas o INSS informou que a adesão ao acordo seguirá disponível mesmo após essa data. Isso significa que o segurado poderá registrar sua solicitação posteriormente, embora o recebimento dos valores possa ocorrer futuramente.
A orientação é que os interessados não deixem para a última hora e façam a adesão o quanto antes para evitar atrasos no pagamento. Dessa forma, o governo garante que todos os aposentados e pensionistas prejudicados possam recuperar o que perderam, com respaldo legal e correção monetária.
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