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Escala de trabalho 4×3 pode ser realidade? Governo avalia possibilidade

Com a proposta de redução da escala 6×1, vigoram algumas modalidades específicas para auxiliar tanto trabalhadores quanto empresas.

O debate sobre a jornada de trabalho tem ganhado força no Brasil, especialmente em torno da escala 6×1, que atualmente exige seis dias consecutivos de atividade e apenas um de descanso. Esse formato, comum em setores como comércio e serviços, tem algumas características importantes.

Ele cumpre os limites de oito horas diárias e 44 horas semanais, mas vem sendo criticado por impactar negativamente a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores. Para responder a essas preocupações, uma proposta de emenda constitucional sugere a flexibilização desse modelo.

Para isso, atua criando alternativas que conciliem produtividade com bem-estar. Essa mudança, já testada em outros países, pode abrir espaço para novas formas de organização da jornada, trazendo benefícios tanto para os empregados quanto para as empresas.

Os trabalhadores contra a escala 6x1 querem condições melhores de trabalho.
Os trabalhadores contra a escala 6×1 querem condições melhores de trabalho. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Redução da escala 6×1 está em pauta

O Congresso Nacional discute de forma intensa a redução da escala 6×1. Essa proposta defende que o trabalhador mantenha o mesmo salário, mas com menos tempo dedicado ao expediente semanal. A ideia é substituir o modelo atual por formatos mais equilibrados.

Eles são essenciais porque ampliam o descanso e, ao mesmo tempo, melhoram os índices de produtividade. A iniciativa tem apoio de movimentos sociais e de parte da classe política, que enxergam nessa mudança uma resposta aos problemas de saúde e desgaste físico enfrentados por milhões.

Essa discussão ganha força devido ao impacto que a rotina de seis dias consecutivos provoca. Estudos mostram que jornadas longas aumentam os afastamentos por doenças relacionadas ao estresse e à exaustão.

Além disso, a dificuldade de conciliar vida pessoal e profissional gera prejuízos emocionais e sociais. Por essa razão, parlamentares que defendem a proposta argumentam que a alteração da escala pode trazer ganhos coletivos, reduzindo custos para o sistema de saúde e elevando o bem-estar da população.

Como anda a tramitação?

A deputada Erika Hilton protocolou no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição que pretende eliminar a escala 6×1. Para se tornar realidade, a PEC precisa passar por comissões específicas e, em seguida, por votação no plenário da Câmara dos Deputados.

Nesse processo, será necessário o apoio de pelo menos 308 parlamentares. Embora ainda esteja em fase inicial, a proposta já gera debates acalorados entre defensores e críticos, que divergem sobre o impacto econômico e social da medida.

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Quais os argumentos para redução da escala 6×1?

Os defensores da mudança afirmam que reduzir a escala 6×1 representaria um avanço significativo nas condições de trabalho. Eles destacam que jornadas mais curtas permitem que os empregados tenham mais tempo para se dedicar à família, ao lazer e à qualificação profissional.

Além disso, empresas poderiam se beneficiar com equipes mais motivadas, menos absenteísmo e maior produtividade, como já aconteceu em experiências internacionais. Dessa forma, a alteração teria potencial para impactar positivamente toda a economia.

Outro argumento recorrente é o de que a redução das horas de trabalho ajudaria a distribuir melhor as vagas disponíveis. Com menos tempo por trabalhador, as empresas precisariam contratar mais pessoas para manter a produção, o que resultaria em aumento do nível de emprego.

Essa lógica já foi aplicada em diferentes contextos internacionais, sempre com resultados que apontam para o fortalecimento da economia. No Brasil, defensores acreditam que a mudança poderia dinamizar setores estratégicos e reduzir o desemprego.

Motivos de desacordo

Apesar dos benefícios apontados, a proposta de reduzir a escala 6×1 encontra resistência. Empresários temem que o custo com folha salarial aumente, já que seria necessário contratar mais funcionários para cobrir a mesma demanda.

Além disso, setores que dependem de funcionamento contínuo, como saúde, comércio e indústrias, afirmam que a adaptação seria complexa. Eles defendem que mudanças tão profundas precisam ser graduais e acompanhadas de estudos detalhados sobre impactos financeiros e logísticos.

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Escalas de trabalho possíveis como substituição

Duas alternativas à escala 6×1 ganham destaque nas discussões: a 5×2 e a 4×3. No modelo 5×2, já bastante utilizado, o trabalhador exerce suas funções durante cinco dias consecutivos e descansa dois, geralmente no fim de semana.

Essa estrutura equilibra vida pessoal e profissional, reduzindo a sobrecarga e permitindo um planejamento mais previsível das atividades. Ao mesmo tempo, garante que a produtividade seja mantida, já que o expediente se distribui de forma equilibrada ao longo da semana.

A escala 4×3, por sua vez, representa uma inovação mais recente, mas que já traz resultados promissores em países que a adotaram. Nesse formato, o trabalhador atua durante quatro dias e descansa três, sem redução salarial.

Estudos no Reino Unido mostram que essa prática reduziu estresse, aumentou a satisfação dos empregados e, ao mesmo tempo, elevou a receita média das empresas participantes. Esses dados reforçam a ideia de que produtividade depende da qualidade do tempo investido.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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