Governo federal bate o martelo e decide futuro do horário de verão
O horário de verão deixou de existir em 2019, mas ainda há brasileiros que pedem pelo seu retorno para aproveitar a luz solar.
O horário de verão foi, durante décadas, uma das políticas energéticas mais conhecidas e debatidas do Brasil. Criado com o intuito de aproveitar melhor a luz natural do dia e reduzir o consumo de energia elétrica, o ajuste dos relógios em uma hora sempre gerou discussões sobre sua real eficácia.
Em geral, a medida era adotada entre outubro e fevereiro, período em que os dias são naturalmente mais longos no país. Durante muitos anos, a população se acostumou com a mudança, que influenciava desde hábitos de sono até o funcionamento do comércio e dos transportes.
No entanto, com o passar do tempo, os avanços tecnológicos e as novas formas de consumo começaram a alterar a lógica que sustentava o uso dessa política energética. Por isso, hoje em dia ele é apenas uma lembrança de uma época longínqua.

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Governo vai voltar com o horário de verão?
Após inúmeras especulações nas redes sociais sobre a possível retomada do horário de verão, o governo federal precisou se pronunciar oficialmente. Em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, na última sexta-feira (3), o governo afirmou que não há qualquer decisão sobre o retorno da medida.
Segundo o comunicado, as informações que circulam nas mídias digitais sobre a adoção do horário de verão neste ano são falsas. A nota esclarece que, no momento, o país não considera necessária a aplicação da política, que no passado tinha como foco principal a economia de energia elétrica.
Mesmo com a negativa, o governo não encerrou completamente a discussão. O comunicado explica que o Ministério de Minas e Energia (MME) mantém uma avaliação contínua sobre o tema, especialmente diante das transformações no setor elétrico.
As mudanças climáticas e a transição para fontes renováveis têm exigido revisões constantes das políticas energéticas, e por isso o assunto pode voltar à pauta em outro momento. Assim, ainda que o horário de verão esteja descartado neste ano, ele permanece sob análise técnica e estratégica.
O governo também destacou que qualquer decisão sobre a retomada da medida deve considerar dados científicos e projeções de consumo. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) segue responsável por acompanhar os efeitos da sazonalidade sobre o sistema energético nacional.
Ou seja, continua avaliando se a política ainda seria eficaz nos dias atuais. Dessa forma, a posição oficial do governo busca equilibrar transparência e prudência, deixando claro que o retorno do horário de verão, embora improvável agora, não está totalmente fora de questão para o futuro.
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Por que o horário de verão deixou de existir?
O horário de verão foi oficialmente suspenso em 2019, durante o governo federal da época, após estudos técnicos apontarem que a medida havia deixado de gerar economia de energia significativa. O principal motivo foi a mudança nos padrões de consumo da população.
Antes, a política fazia sentido porque a demanda máxima de energia ocorria no início da noite, quando as pessoas chegavam em casa e acendiam as luzes. Com o tempo, porém, esse pico passou a acontecer à tarde, por volta das 15h, devido ao aumento do uso de ar-condicionado e ventiladores.
Essas transformações tornaram o horário de verão ineficiente em termos de economia energética. Adiantar os relógios já não resultava na redução esperada de consumo, pois o gasto maior passou a ocorrer em horários de calor intenso, independentemente da luz solar.
Além disso, o avanço da tecnologia e a modernização do sistema elétrico permitiram uma gestão mais inteligente e automatizada da energia, reduzindo a necessidade de medidas como o ajuste de horário. Assim, a justificativa técnica para manter o programa perdeu força diante das novas realidades do setor.
Outro fator que contribuiu para a extinção da medida foi o impacto na saúde e na produtividade das pessoas. Diversos estudos apontaram que a mudança de horário causava alterações no sono, no humor e até na eficiência no trabalho.
Com isso, o custo social passou a ser considerado superior ao benefício energético. Dessa forma, o governo decidiu suspender a adoção do horário de verão e priorizar políticas voltadas à modernização da matriz elétrica, à ampliação das fontes renováveis e ao incentivo de consumo consciente.
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Quais eram as vantagens dessa medida?
Apesar de sua descontinuação, o horário de verão trouxe benefícios significativos em diferentes períodos de sua aplicação. Durante muitos anos, a principal vantagem foi a redução do consumo de energia elétrica, o que ajudava a aliviar o sistema nacional em momentos de alta demanda.
Com mais tempo de luz natural no fim do dia, as famílias precisavam usar menos iluminação artificial, o que diminuía o gasto com eletricidade. Essa economia era especialmente importante em épocas de estiagem, quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas ficava baixo.
Além da economia de energia, o horário de verão também incentivava atividades ao ar livre e o aumento da movimentação no comércio. Com o pôr do sol mais tarde, as pessoas tinham mais tempo para realizar compras, praticar esportes e frequentar espaços públicos.
Cidades turísticas, em especial, se beneficiavam da medida, já que o período de luz natural prolongado favorecia o lazer e o consumo, movimentando a economia local. Assim, o impacto positivo não se restringia apenas ao setor energético, mas também alcançava o comércio e o turismo.
No campo ambiental, o programa também tinha sua importância. Ao reduzir a necessidade de geração de energia em horários de pico, o horário de verão contribuía indiretamente para a diminuição das emissões de gases poluentes, uma vez que evitava o acionamento de termelétricas.
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