Ministro do Trabalho defende redução da escala 6×1
Os debates pela redução da escala 6×1 seguem aquecidos, com a sociedade e até cúpulas do governo apoiando a mudança
A discussão sobre a redução da escala 6×1 tem ganhado força no Brasil e despertado debates profundos sobre o equilíbrio entre produtividade e qualidade de vida. Esse modelo de jornada implica que trabalhador atue seis dias consecutivos e descansa apenas um.
Ele tem sido apontado por especialistas, sindicatos e representantes políticos como um sistema desgastante e desatualizado. O tema vem sendo debatido intensamente em diferentes esferas do poder público, sobretudo diante das transformações sociais e econômicas que exigem novas organizações.
Em meio a esse cenário, cresce a busca por alternativas mais humanas, que promovam bem-estar, eficiência e sustentabilidade nas relações laborais, sem comprometer o desempenho das empresas e a saúde dos contribuintes.

Neste artigo, você vai ver:
Luiz Marinho defende redução da escala 6×1
Durante o seminário “Alternativas para o Fim da Escala 6×1”, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reforçou a necessidade de revisar o modelo atual de jornada no país. O evento reuniu sindicatos, representantes empresariais e parlamentares para discutir o tema sob diferentes perspectivas.
Segundo Marinho, o Brasil precisa avançar na construção de um sistema de trabalho que garanta mais saúde, equilíbrio e previsibilidade. Ele enfatizou que as condições de trabalho atuais ainda carregam traços de desigualdade e exploração que afetam principalmente os trabalhadores mais pobres.
O ministro destacou que o debate marca a retomada de um tema essencial no Parlamento, após anos de estagnação nas pautas trabalhistas. Ele ressaltou que a discussão sobre a jornada não se limita apenas ao tempo de trabalho, mas também envolve a dignidade e o direito ao descanso.
Marinho lembrou que a redução da jornada de 48 para 44 horas semanais, em 1988, enfrentou resistência semelhante, mas resultou em avanços significativos para os trabalhadores e para o setor produtivo. Segundo ele, o país possui condições econômicas e estruturais para dar mais um passo nessa direção.
Ao defender a mudança, Marinho afirmou que a imposição legal é necessária para garantir avanços concretos, pois muitas empresas ainda resistem a flexibilizar a jornada por conta própria. Ele argumentou que a experiência internacional comprova que reduzir horas de trabalho aumenta a produtividade.
Isso porque trabalhadores descansados e motivados produzem mais e melhor. Com esse argumento, o ministro buscou mostrar que a transição para modelos mais equilibrados é possível e vantajosa tanto para os empregados quanto para as empresas.
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O que está sendo debatido?
A Comissão de Trabalho da Câmara analisa atualmente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/25, que propõe o fim da escala 6×1 e a implementação de uma jornada de quatro dias de trabalho e três de descanso.
Essa mudança limitaria a carga semanal a 36 horas, criando um modelo mais compatível com as novas realidades sociais. O debate, solicitado pelo deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), visa avaliar os impactos da escala atual na saúde, no convívio familiar e nas relações sociais dos trabalhadores.
A proposta, no entanto, ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes de seguir para votação no plenário. Os participantes do seminário reforçaram que a escala 6×1 é prejudicial à qualidade de vida, especialmente para as mulheres, que acumulam responsabilidades domésticas e profissionais.
Marinho classificou o modelo como perverso e incompatível com a vida moderna, defendendo a necessidade de garantir pelo menos dois dias consecutivos de descanso semanal. Para ele, é fundamental devolver aos trabalhadores o direito ao equilíbrio entre trabalho e lazer.
Apesar do consenso sobre a necessidade de mudanças, o debate também reconhece as especificidades de alguns setores que exigem operação contínua, como saúde, transporte e energia. Nesses casos, Marinho reforçou que a negociação coletiva é o caminho mais adequado para ajustar as escalas.
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Qual modelo pode substituir a escala 6×1?
Entre as alternativas discutidas, a proposta de uma jornada de quatro dias de trabalho e três de descanso vem ganhando destaque como opção mais moderna e inclusiva. Essa nova configuração busca garantir mais tempo livre sem comprometer os resultados das empresas.
Estudos internacionais demonstram que a produtividade tende a aumentar quando há equilíbrio entre vida pessoal e profissional. O ministro Luiz Marinho afirmou que experiências já aplicadas em alguns setores do país confirmam que jornadas reduzidas podem gerar ganhos de qualidade e motivação.
Além da questão do tempo, o debate também envolve a necessidade de regulamentar o funcionamento do comércio aos domingos e feriados. Marinho criticou a resistência a medidas que exigem negociação entre patrões e empregados para o trabalho nesses dias.
Segundo ele, a intenção do governo não é proibir o funcionamento, mas garantir que o diálogo prevaleça e que o descanso seja respeitado. Ele argumentou que ordenar o trabalho em dias especiais é fundamental para promover justiça e previsibilidade nas relações laborais.
O ministro encerrou sua participação reforçando que o governo está aberto ao diálogo com trabalhadores, empregadores e o Parlamento. Ele afirmou que o momento exige serenidade para construir uma transição gradual e segura, que preserve os direitos conquistados e promova avanços reais.
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