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Fim da escala 6×1 pode ser aprovado? Entenda como anda a proposta!

O fim da escala 6×1 pode ser uma realidade não muito distante, já que o projeto que encabeça a mudança está avançando rapidamente.

A rotina de trabalho marcada pela escala 6×1, que obriga o empregado a trabalhar por seis dias consecutivos e descansar apenas um, impacta diretamente a saúde física e mental dos trabalhadores, que acabam sofrendo com problemas como o burnout.

Ao manter esse ritmo intenso, o modelo reduz drasticamente o tempo disponível para descanso, lazer e convívio familiar, o que compromete a qualidade de vida e aumenta o risco de esgotamento profissional. Além disso, essa dinâmica sobrecarrega o trabalhador, favorece o surgimento de doenças ocupacionais.

Ainda que esse regime esteja previsto na legislação, ele se mostra cada vez mais incompatível com as transformações do mundo do trabalho e com as novas exigências da sociedade contemporânea. Por isso, é chegada a hora de uma mudança nas leis.

Diversos estudos já apontam que jornadas excessivas não aumentam a produtividade, pelo contrário, contribuem para erros, afastamentos por saúde e até acidentes de trabalho. Diante desse cenário, torna-se urgente debater alternativas mais sustentáveis e humanas, como o fim da escala 6×1.

O fim da escala 6x1 vai trazer mudanças importantes para todos os brasileiros.
O fim da escala 6×1 vai trazer mudanças importantes para todos os brasileiros. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

O que é o projeto pelo fim da escala 6×1?

O projeto que propõe o fim da escala 6×1 tem como objetivo central reduzir a jornada semanal de trabalho no Brasil de 44 para 36 horas. Essa proposta está sendo articulada no Senado pela senadora Eliziane Gama, que busca apoio suficiente para protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição.

A senadora argumenta que muitos países já adotaram jornadas mais curtas, como o Canadá e a França, e que o Brasil precisa seguir esse caminho. A proposta não altera a jornada diária, que continua limitada a oito horas, mas reduz o número total de horas na semana, o que naturalmente eliminaria o modelo 6×1.

Essa mudança busca refletir um movimento global que valoriza a saúde do trabalhador e reconhece a importância de modelos mais flexíveis e sustentáveis. A proposta pretende permitir que os brasileiros tenham mais tempo para atividades pessoais, estudos, lazer e cuidados com a família.

A redução da carga horária semanal, sem diminuição salarial, segue uma lógica que vem ganhando força em várias economias, especialmente após os impactos da pandemia, que mudaram a forma como se enxerga o trabalho e a forma de viver, no geral.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também manifestou apoio à discussão, ressaltando a necessidade de revisar o modelo atual e debater o tema amplamente com a sociedade. Em pronunciamento, o presidente afirmou que o Brasil deve dar esse passo com responsabilidade.

A fala do presidente fortaleceu o debate e aumentou a visibilidade do tema, que já vinha sendo explorado por parlamentares da base progressista. Com esse apoio, a proposta ganha força para ser considerada nas instâncias legislativas, mesmo diante da resistência de alguns setores.

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Como anda a tramitação da proposta?

A tramitação da proposta pelo fim da escala 6×1 ainda está em fase inicial, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. No Senado, Eliziane Gama começou a colher as 27 assinaturas necessárias para apresentar a PEC formalmente.

Após isso, o texto deve passar por análise nas comissões temáticas e, em seguida, ir a plenário, onde precisará de 49 votos favoráveis em dois turnos para ser aprovado. Só depois disso o texto seguirá para a Câmara, onde enfrentará um novo processo legislativo.

Na Câmara, uma proposta semelhante já está em tramitação, apresentada pela deputada Erika Hilton. No entanto, o texto ainda não avançou para as comissões responsáveis pela análise constitucional e legislativa, o que pode fazer com que demore um pouco a aprovar.

Protocolada em fevereiro, a PEC segue sem relator designado e sem previsão para iniciar sua tramitação formal, o que indica uma lentidão no processo. Mesmo com o apoio nas redes sociais e entre grupos progressistas, a resistência política pode adiar o debate, especialmente pelas bancadas conservadoras.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, reconheceu a importância do tema, mas sinalizou resistência à proposta atual, afirmando que é preciso ser realista quanto à viabilidade da sua aprovação. Durante evento promovido pelo banco Safra, o presidente declarou que o tema será tratado institucionalmente.

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Com o fim da escala 6x1, espera-se uma melhora na qualidade de vida dos cidadãos.
Com o fim da escala 6×1, espera-se uma melhora na qualidade de vida dos cidadãos. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Possíveis novas escalas de emprego

Com o avanço da proposta pelo fim da escala 6×1, surgem alternativas que podem se tornar o novo padrão no mercado de trabalho. A primeira delas é a escala 5×2, na qual o trabalhador exerce suas funções durante cinco dias consecutivos e descansa dois.

Esse modelo já é amplamente utilizado em diversos setores e proporciona uma divisão mais equilibrada entre os dias úteis e os de descanso. Ao permitir dois dias consecutivos de folga, a escala 5×2 favorece a recuperação física e mental do trabalhador, além de melhorar sua qualidade de vida e produtividade.

Outra alternativa que ganha destaque é a escala 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho seguidos por três dias de descanso. Esse modelo é ainda mais ousado, mas tem sido testado com sucesso em empresas de diferentes países e até mesmo no Brasil, em formatos experimentais.

A principal vantagem está na concentração das atividades em menos dias, o que exige mais foco e eficiência, mas recompensa com um tempo maior de descanso e lazer. Essa jornada reduz a pressão contínua e cria uma relação mais saudável com o trabalho.

A adoção dessas novas escalas, contudo, exige planejamento e negociação entre empregadores, trabalhadores e o governo. É necessário ajustar processos internos, reavaliar metas de produção e garantir que a nova dinâmica não comprometa o desempenho organizacional.

Por isso, a transição para modelos como o 5×2 ou 4×3 depende da construção de consensos e da regulamentação adequada. Ainda assim, diante das transformações no mundo do trabalho, essas propostas ganham força como caminhos viáveis para substituir a desgastante e ultrapassada escala 6×1.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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