Novo empréstimo habitacional do governo libera crédito imediato
O governo está oferecendo uma nova linha de empréstimo habitacional que vai aquecer o setor e facilitar o acesso à casa própria dos cidadãos
Conquistar a casa própria sempre foi um dos maiores desafios da classe média brasileira. Mesmo com o avanço das políticas de habitação e o aumento da oferta de crédito, muitas famílias ainda enfrentam barreiras significativas para acessar financiamentos com condições acessíveis.
A alta dos juros, o custo dos imóveis e as exigências bancárias dificultam o sonho de milhares de brasileiros que desejam sair do aluguel. Nesse cenário, a busca por novas alternativas de empréstimo habitacional se tornou essencial para estimular o setor imobiliário e impulsionar a economia.
As recentes medidas do governo e do Banco Central prometem tornar o crédito mais disponível, ao mesmo tempo em que equilibram a sustentabilidade financeira das instituições e o acesso facilitado das famílias à moradia própria.

Neste artigo, você vai ver:
Governo oferece novo empréstimo imobiliário
O governo federal, por meio do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional, anunciou um novo modelo de empréstimo habitacional com recursos da poupança. A iniciativa visa liberar R$ 111 bilhões para o setor imobiliário no primeiro ano de vigência, ampliando em R$ 36,9 bilhões os recursos.
Essa medida ocorre pela liberação de parte dos depósitos compulsórios, aumentando a capacidade dos bancos de conceder crédito. O objetivo central é aproveitar melhor o saldo da poupança, garantindo que os recursos sejam usados de maneira eficiente e acessível, sem encarecer os financiamentos.
O novo modelo foi desenvolvido em parceria entre o Banco Central, o Ministério das Cidades, o Ministério da Fazenda e a Caixa Econômica Federal. A proposta busca reduzir a dependência dos bancos em relação à caderneta de poupança, que vem apresentando queda nos últimos.
Dessa forma, o sistema cria uma transição gradual e sustentável, permitindo que o crédito imobiliário cresça sem comprometer a estabilidade financeira. O Banco Central estima que o modelo possa ampliar a oferta de financiamentos, especialmente para famílias de renda média e baixa.
Além disso, o novo empréstimo habitacional estabelece que 80% das operações devem seguir as regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), o qual limita o custo total, incluindo juros, tarifas e comissões a 12% ao ano. Essa condição garante mais segurança e previsibilidade ao mutuário.
O valor máximo do imóvel financiado pelo SFH também foi ampliado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, o que amplia o acesso a imóveis em regiões urbanas onde os preços estão mais elevados. Com essas mudanças, o governo espera atender um público mais amplo.
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Como o empréstimo imobiliário funciona atualmente?
Atualmente, o sistema exige que os bancos direcionem 65% dos recursos captados via poupança para financiamentos habitacionais. O Banco Central fiscaliza o cumprimento dessa regra comparando o saldo da carteira de crédito com o saldo da caderneta de poupança.
Caso a instituição não atinja o percentual exigido, ela precisa recolher a diferença ao Banco Central, que aplica uma remuneração punitiva. Além disso, 20% dos depósitos da poupança são recolhidos como compulsório (uma forma de controlar a liquidez na economia) e os 15% restantes ficam livres para uso.
Com o novo modelo, o direcionamento obrigatório da poupança aumentará progressivamente de 65% para 100%, permitindo que os bancos utilizem todo o montante captado para conceder empréstimos habitacionais.
Em contrapartida, as instituições terão um “bônus” de uso livre equivalente ao valor concedido, válido por um período de dois a sete anos. Ou seja, quando o banco oferece crédito imobiliário, ele ganha acesso a recursos adicionais para outras operações, incentivando ainda mais a concessão de financiamentos.
Como fica após a mudança?
Na prática, o novo modelo de empréstimo habitacional permite que o crédito imobiliário originado pelos bancos libere recursos da poupança para utilização em outros setores, o que estimula o mercado financeiro e o consumo.
O período de transição começa imediatamente e segue até o final de 2026, quando os bancos poderão usar 5 pontos percentuais do compulsório na nova sistemática. Isso representa uma injeção direta de R$ 36,9 bilhões na economia.
A partir de 2027, o compulsório será reduzido em 1,5 ponto percentual por ano até chegar a zero, momento em que 100% do saldo da poupança será direcionado ao crédito imobiliário. Essa transição oferece estabilidade e previsibilidade ao sistema financeiro.
O Banco Central acredita que o impacto inflacionário será limitado, pois a liberação dos recursos está vinculada à ampliação do crédito habitacional. O mecanismo também obriga os bancos a renovarem seus financiamentos imobiliários ao fim de cada ciclo, garantindo a continuidade da oferta de crédito.
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Juros e demais taxas
A principal preocupação dos consumidores em relação ao empréstimo habitacional é o custo final, especialmente as taxas de juros. O novo modelo foi planejado para manter os juros próximos aos atuais, mesmo com o uso de fontes de financiamento mais caras, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
Para isso, parte dos ganhos que os bancos obtêm com aplicações mais rentáveis será usada para compensar os custos dos financiamentos, reduzindo o impacto sobre o mutuário. A ideia é garantir estabilidade nas parcelas e preservar o poder de compra das famílias que buscam adquirir a casa própria.
Além disso, as novas regras incentivam a contratação de financiamentos indexados ao IPCA, em substituição à Taxa Referencial (TR), tradicionalmente usada nos contratos de poupança. Esse modelo traz mais transparência e previsibilidade para o mutuário, já que o valor das prestações acompanha a inflação.
O Banco Central permitirá que o tomador pague uma amortização adicional, que funciona como proteção contra a alta inflacionária. Esse valor extra, entretanto, não poderá ultrapassar a média histórica do IPCA nos últimos vinte anos, evitando abusos e garantindo equilíbrio entre bancos e consumidores.
Por fim, o governo reforça que a proposta busca ampliar o acesso ao crédito sem gerar distorções no mercado financeiro. A expansão do empréstimo habitacional deve impulsionar a construção civil, gerar empregos e aquecer a economia.
As medidas também favorecem o equilíbrio entre rentabilidade bancária e acessibilidade para as famílias. Assim, o novo modelo representa um passo importante rumo à democratização do crédito imobiliário, fortalecendo o compromisso do país com o direito à moradia e o desenvolvimento econômico.
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