INSS

Senado aprova lei que proíbe descontos em benefícios do INSS

Agora, os descontos em benefícios do INSS estão proibidos para evitar que haja mais abertura para fraudes, como ocorreu nos últimos anos

As fraudes relacionadas ao INSS cresceram de forma significativa nos últimos anos, e esse avanço preocupa milhões de aposentados que enfrentam descontos indevidos sem sequer perceberem quando autorizaram tais cobranças.

Diversas investigações revelam que golpistas encontraram brechas para usar dados pessoais, manipular cadastros e inserir cobranças automáticas em benefícios previdenciários. Enquanto isso, muitos segurados descobrem apenas depois de longos períodos que pagaram por serviços que desconhecem.

Diante desse cenário, o debate sobre novas normas ganhou força no Congresso, que passou a discutir medidas capazes de evitar irregularidades e fortalecer a segurança financeira de quem depende do INSS. Assim, ganha relevância analisar a proposta aprovada, seus motivos e os próximos passos.

Os beneficiários do INSS estão a um passo de terem os benefícios mais seguros.
Os beneficiários do INSS estão a um passo de terem os benefícios mais seguros. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Senado aprova fim dos descontos em benefícios do INSS

O Senado aprovou em regime de urgência o projeto que proíbe qualquer desconto de mensalidade associativa diretamente nos benefícios administrados pelo INSS, mesmo quando o segurado concorda com a cobrança.

A proposta surgiu para romper a prática de repassar valores a entidades sem controle adequado, o que gerava prejuízos recorrentes aos aposentados. Além disso, o texto extingue a antecipação do pagamento de dívidas do crédito consignado, que frequentemente gerava aumento de endividamento.

O relator Rogerio Marinho destacou que o segurado continuará livre para apoiar associações, já que essas contribuições poderão ocorrer por boleto bancário. Com esse mecanismo, o usuário decide quando pagar e mantém total controle sobre sua adesão.

Durante o debate, parlamentares de diferentes partidos defenderam o projeto por entenderem que ele encerra definitivamente a brecha usada para aplicar golpes. Eles destacaram que muitas associações legítimas existem, mas que o sistema permitia o surgimento de entidades de fachada.

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Por que a medida foi necessária?

Senadores afirmaram que o modelo vigente abriu espaço para fraudes que burlavam todos os sistemas de controle da Previdência. Carlos Viana ressaltou que milhões de aposentados sofreram prejuízos ao longo dos últimos anos e que o Estado precisava responder à altura desse problema.

Alessandro Vieira reforçou que os golpes atingiam justamente o grupo mais vulnerável da sociedade, que tem pouca familiaridade com tecnologia ou dificuldade para contestar cobranças. Ele explicou que o projeto cria uma barreira definitiva contra os débitos automáticos.

Eduardo Braga acrescentou que a aprovação também corrige o problema da antecipação de dívidas no consignado. Para ele, essa prática colocava muitos aposentados em ciclos de dívida quase impossíveis de interromper.

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O que resta para aprovação da medida do INSS?

Após aprovação no Plenário, o projeto segue para a sanção presidencial. Como o texto passou pela Câmara e pelo Senado em regime de urgência, resta apenas o aval final do Executivo para que as novas regras entrem em vigor.

A expectativa é de que a sanção ocorra rapidamente, já que o tema recebeu amplo apoio parlamentar e forte apelo social. Além disso, o debate destacou que a proposta responde diretamente às irregularidades reveladas pela CPMI do INSS.

Durante a votação, líderes partidários também construíram acordo para defender o veto ao trecho que transferia ao Conselho Monetário Nacional a definição dos juros do consignado dos aposentados. Segundo os parlamentares, essa mudança interferiria em políticas específicas da previdência.

A medida, portanto, está próxima de se tornar norma definitiva e promete modificar profundamente a relação entre segurados e associações. Com isso, o INSS deve reduzir significativamente as fraudes e garantir que os aposentados tenham controle total sobre seus próprios benefícios.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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