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Divulgação do gabarito oficial do Enem é antecipada; veja como consultar

O Enem vai liberar o gabarito oficial com as respostas certas de ambas as provas antecipadamente devido a um vazamento recente

O Enem representa um marco na educação brasileira e se consolidou como o principal instrumento de acesso ao ensino superior. Realizado anualmente pelo Inep, o exame avalia o desempenho dos estudantes e oferece oportunidades de ingresso em universidades públicas e privadas.

Devido à sua amplitude e impacto social, o Enem exige extrema segurança, transparência e lisura em todas as etapas, desde a formulação das questões até a correção das provas. Por isso, qualquer suspeita de irregularidade gera grande repercussão e exige respostas imediatas das autoridades.

Em 2025, uma situação envolvendo a divulgação antecipada de questões provocou uma série de investigações e decisões urgentes por parte do Ministério da Educação. Agora, o processo de feitura da prova pode mudar completamente.

O Enem passou por momentos turbulentos. Entenda o que ocorreu.
O Enem passou por momentos turbulentos. Entenda o que ocorreu. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Questões do Enem foram vazadas?

O Ministério da Educação confirmou que acionou a Polícia Federal e anulou três questões do Enem 2025 após identificar a antecipação de perguntas. A investigação começou depois que um estudante universitário publicou nas redes sociais uma live com questões idênticas às cobradas no exame.

Cinco dias antes da aplicação oficial, ele apresentou conteúdos com estrutura e alternativas coincidentes, o que levantou suspeitas sobre o vazamento de informações sigilosas. O Inep, responsável pelo exame, imediatamente analisou o caso e decidiu agir para preservar a credibilidade da avaliação nacional.

Nas redes sociais, o estudante afirmou que participou dos pré-testes realizados pelo Inep, nos quais são avaliadas questões que podem integrar futuras edições do Enem. Ele também disse conseguir lembrar detalhes das perguntas e utilizá-los em seus cursos preparatórios online.

A equipe técnica do instituto, ao verificar as similaridades, concluiu que os itens exibiam coincidências pontuais, mas não eram cópias exatas. Ainda assim, o órgão anulou os três itens por precaução, assegurando que todos os candidatos permanecessem em condições justas.

O Inep reiterou que o uso de pré-testes é essencial para calibrar a dificuldade das questões e garantir a precisão estatística da Teoria de Resposta ao Item, metodologia que fundamenta o cálculo das notas. No entanto, a exposição pública de perguntas semelhantes comprometeu a confiança no processo.

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Denúncia de 2022 é controversa

A polêmica envolvendo o vazamento das questões do Enem 2025 ganhou contornos ainda mais complexos quando veio à tona um vídeo gravado em 2022 pelo mesmo estudante responsável pelos vazamentos das questões.

Nele, ele denunciava que grandes cursinhos supostamente utilizavam avaliações como o Prêmio Talento Capes Universitário para ter acesso antecipado a possíveis perguntas do Enem. Durante a gravação, ele explicou que esses cursinhos pediam aos alunos que decorassem as questões dessas provas.

Isso porque parte delas poderia ser reaproveitada futuramente. O conteúdo repercutiu nas redes sociais e revelou fragilidades no controle sobre os testes pré-aplicados pelo Inep. No entanto, a partir do ano seguinte, o mesmo universitário passou a usar a estratégia que antes criticava.

Em 2023, ele lançou um material chamado “Essas questões estarão no Enem 2023”, no qual afirmava ter participado dos pré-testes e memorizado cerca de 90 perguntas inéditas. Com a ajuda de colegas, reproduziu esses itens em seus cursos preparatórios online.

Para se safar, alegou que não havia qualquer violação legal, já que as questões seriam “inspirações” e não cópias. Apesar dessa justificativa, o caso levantou um debate sobre ética e confidencialidade nos processos do Enem.

Em publicações posteriores, ele reconheceu que a proximidade entre os pré-testes e a aplicação do exame principal poderia fragilizar o sigilo das perguntas. Segundo ele, o ideal seria que os itens fossem testados com mais antecedência, para evitar a memorização e o uso indevido das questões.

Mesmo assim, ele manteve a prática de divulgar conteúdos similares, o que intensificou as críticas e gerou a atual investigação. O Ministério da Educação, por sua vez, reafirmou que adota protocolos rigorosos de segurança e que a quebra de confidencialidade configura ato de má-fé.

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Liberação antecipada do gabarito do Enem

Em meio à repercussão do caso, o Inep decidiu antecipar a divulgação do gabarito oficial do Enem 2025. Inicialmente prevista para o dia 20 de novembro, a publicação foi adiantada para as 10h da manhã do dia 19, como forma de garantir transparência e reduzir especulações.

A medida foi anunciada nas redes sociais do instituto, acompanhada de uma nota em que o Ministério da Educação reforçou a validade e a integridade das provas aplicadas. Essa antecipação teve o objetivo de assegurar aos participantes que o exame permanece legítimo.

O Inep destacou que continua adotando estratégias de segurança em todas as etapas da prova, desde a elaboração até a aplicação e correção. Essas medidas envolvem auditorias técnicas, monitoramento de redes sociais e parcerias com órgãos de investigação.

Mesmo diante das suspeitas de vazamento, o órgão afirmou que as questões anuladas não afetam a nota final dos participantes, já que o modelo estatístico utilizado mantém a consistência dos resultados. Assim, os estudantes podem confiar na justiça da avaliação e no rigor do sistema de correção.

Com a antecipação do gabarito, o Inep buscou reforçar a confiança pública no Enem e demonstrar agilidade diante das circunstâncias. A decisão também reafirma o compromisso da instituição com a ética e a transparência, princípios fundamentais para a manutenção da credibilidade do exame.

Apesar das controvérsias, o Enem segue como o principal instrumento de inclusão educacional do país, oferecendo milhões de oportunidades e consolidando-se como um marco na democratização do acesso à universidade brasileira.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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