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Agricultores endividados devem receber R$ 12 bilhões em crédito do governo

Para auxiliar os agricultores que enfrentam dificuldade, o governo está preparando uma linha de crédito especial.

A realidade do campo brasileiro revela um cenário de grandes desafios financeiros. Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil mostram que aproximadamente 45% dos agricultores estão endividados. Esse percentual representa cerca de 2 milhões de produtores rurais em todo o país.

Muitos enfrentam dificuldades para quitar empréstimos antigos e, ao mesmo tempo, precisam de recursos para manter a produção ativa. Além disso, fatores climáticos extremos, como secas prolongadas e enchentes históricas, agravaram ainda mais a crise.

Diante desse quadro, torna-se indispensável buscar alternativas que ofereçam alívio e promovam condições mais justas de trabalho no campo. É nesse contexto que surgem medidas específicas voltadas para apoiar os agricultores brasileiros.

Os agricultores com dívidas devem ter acesso a uma modalidade de crédito de auxílio.
Os agricultores com dívidas devem ter acesso a uma modalidade de crédito de auxílio. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Governo vai liberar crédito para auxiliar agricultores endividados

O governo federal anunciou um pacote de crédito que pretende beneficiar diretamente agricultores em situação de endividamento. O valor estimado da medida deve ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões, recursos destinados à contratação de novos empréstimos para quitar dívidas antigas.

O anúncio aconteceu em meio a um esforço conjunto entre ministérios e instituições financeiras, com o objetivo de dar fôlego ao setor agropecuário. Essa ação demonstra o reconhecimento da importância estratégica dos agricultores para a economia nacional.

Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, apresentaram o programa durante a abertura da feira agropecuária Expointer, no Rio Grande do Sul. Essa escolha não ocorreu por acaso, já que o estado foi um dos mais prejudicados por adversidades climáticas.

Três anos consecutivos de seca, seguidos por uma enchente histórica em 2024, afetaram gravemente os agricultores gaúchos. Ainda assim, o pacote terá alcance nacional, beneficiando produtores de diferentes regiões que também sofreram perdas.

O deputado Paulo Pimenta destacou que, para ter acesso ao crédito, os agricultores precisam cumprir critérios específicos. Entre eles, está a exigência de que a localidade de produção tenha registrado pelo menos duas situações de emergência nos últimos cinco anos.

Além disso, é necessário comprovar perdas superiores a 30% da safra. Esses requisitos buscam garantir que os recursos cheguem a quem realmente enfrenta dificuldades. Portanto, a medida alia responsabilidade fiscal à sensibilidade social.

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Como a nova modalidade vai funcionar?

O programa prevê condições diferenciadas para os agricultores de acordo com o porte de produção. Os financiamentos contarão com juros subsidiados, o que reduz significativamente os custos para os produtores.

As taxas serão de 6% para agricultores familiares, vinculados ao Pronaf, 8% para médios produtores, enquadrados no Pronampe, e 10% para os grandes produtores. Dessa forma, o governo reconhece as diferenças de escala e ajusta o apoio de forma proporcional.

Além dos juros menores, os empréstimos oferecerão carência de um a dois anos, possibilitando que os agricultores reorganizem suas finanças antes de iniciar os pagamentos. O prazo total para quitação será de até oito anos, o que representa um alívio importante para quem acumulou dívidas.

Essa flexibilidade é fundamental porque o setor agropecuário depende de ciclos produtivos longos e sofre diretamente os impactos de variações climáticas e econômicas. Ao oferecer mais tempo para pagamento, o governo fortalece a resiliência dos agricultores.

Como solicitar o crédito?

O processo para acessar os recursos seguirá regras definidas em Medida Provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A MP detalhará os critérios de participação, os documentos necessários e os canais de atendimento disponíveis.

Agricultores interessados deverão comprovar perdas registradas em suas produções e demonstrar que atuam em regiões oficialmente reconhecidas como áreas de emergência. Além disso, será exigido o enquadramento nas linhas específicas de financiamento de acordo com o porte do produtor.

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Outros benefícios para agricultores

O pacote de apoio não se limita à liberação de crédito. Ele também busca estabilizar o sistema financeiro ligado ao agronegócio. Nos últimos meses, o Banco do Brasil relatou aumento da inadimplência em sua carteira de crédito rural.

A medida governamental deve aliviar essa pressão, permitindo que a instituição mantenha a capacidade de financiar novos projetos. Assim, além de socorrer agricultores, o programa fortalece as bases financeiras do setor como um todo.

Outro ponto relevante é que as medidas reconhecem os impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura. Nos últimos anos, os agricultores enfrentaram desde secas severas até enchentes devastadoras. Esses eventos extremos comprometem colheitas inteiras e geram prejuízos milionários.

O programa funciona, portanto, como uma resposta prática às consequências dessas crises ambientais. Dessa forma, os agricultores passam a ter mais respaldo para lidar com cenários imprevisíveis, garantindo continuidade de suas atividades produtivas.

Além do aspecto econômico, o pacote reforça a importância social da agricultura no Brasil. Milhões de famílias dependem da produção rural para garantir renda, emprego e alimentos na mesa dos brasileiros. Ao apoiar agricultores endividados, o governo contribui para manter a segurança alimentar do país.

Essa dimensão social é essencial porque conecta o apoio financeiro ao bem-estar da população. Em resumo, o programa representa um investimento que vai muito além da economia, alcançando também a dignidade e a sobrevivência de quem trabalha diariamente para sustentar o Brasil.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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