Classe média pode usar FGTS como crédito imobiliário: veja como
Agora, pessoas de classe média com dinheiro disponível no FGTS podem conquistar a casa própria utilizando o fundo como crédito imobiliário
O FGTS se consolidou como um dos principais instrumentos de apoio à habitação no Brasil, oferecendo segurança e oportunidade para milhões de trabalhadores. Desde sua criação, tem permitido que famílias conquistem a casa própria por meio de financiamentos e programas habitacionais.
O uso do FGTS também influencia diretamente o mercado imobiliário, estimulando a construção civil, gerando empregos e movimentando a economia local. Nos últimos anos, mudanças nas regras do crédito habitacional e a ampliação do acesso ao FGTS têm despertado atenção de especialistas.
Compreender essas alterações é essencial para que famílias façam escolhas conscientes, planejem suas finanças e aproveitem as condições oferecidas pelo mercado de forma segura e estratégica. Afinal, o sonho da casa própria é inerente a todo brasileiro.

Neste artigo, você vai ver:
Possibilidade de usar FGTS como crédito imobiliário
O governo reformulou as regras do crédito imobiliário para ampliar o uso do FGTS, estimulando a oferta de financiamentos habitacionais e fortalecendo o Sistema Financeiro da Habitação. Com as novas normas, os depósitos feitos nas cadernetas de poupança passam a ser considerados na definição do crédito.
Isso acaba eliminando parte dos recolhimentos compulsórios ao Banco Central. Essa mudança aumenta o volume de recursos que os bancos podem destinar ao financiamento de imóveis, permitindo maior acesso à moradia e incentivando a movimentação do setor imobiliário.
Além disso, o valor máximo dos imóveis financiáveis pelo Sistema Financeiro da Habitação aumentou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, criando oportunidades para famílias de diferentes perfis adquirirem imóveis dentro de condições compatíveis com sua renda.
A Caixa Econômica Federal projeta financiar cerca de 80 mil novas moradias até 2026, mostrando o impacto direto da flexibilização do uso do FGTS. O aumento do teto também contribui para modernizar o mercado, pois amplia o leque de opções para os mutuários.
Especialistas alertam, entretanto, que a maior disponibilidade de crédito e a redução do valor de entrada podem gerar riscos de endividamento. É essencial analisar o contrato detalhadamente, considerando taxas de juros, indexadores, seguros obrigatórios e encargos adicionais.
A entrada menor e o aumento do limite do financiamento podem criar uma falsa sensação de capacidade de pagamento, tornando a avaliação financeira prévia indispensável. Assim, o uso consciente do FGTS como instrumento de crédito exige planejamento e acompanhamento de parcelas.
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Mudança atende famílias de classe média
Historicamente, programas de habitação voltados ao crédito subsidiado beneficiaram principalmente famílias de baixa renda, deixando de fora a classe média que enfrenta juros mais elevados no mercado tradicional.
Com a reformulação do FGTS, o governo busca ampliar o acesso ao crédito para famílias com renda de até R$ 12 mil mensais, oferecendo condições facilitadas para aquisição de imóveis. A medida pretende criar um modelo mais inclusivo e equilibrado.
O professor Alisson Batista, especialista em Ciências Contábeis, ressalta que o momento é favorável mesmo diante de uma Selic elevada, pois os recursos do FGTS possibilitam condições de financiamento vantajosas.
Além disso, o estímulo ao crédito imobiliário gera efeito multiplicador na economia, promovendo empregos diretos e indiretos na construção civil, na prestação de serviços e em setores relacionados. A ampliação do crédito fortalece o mercado e incentiva a movimentação de recursos.
Entretanto, a expansão do acesso ao financiamento exige atenção por parte dos mutuários, que devem observar se as parcelas não excedem 30% da renda familiar. Analisar detalhadamente contratos, seguros, taxas e encargos adicionais é fundamental para evitar surpresas.
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Período de transição
A implementação das novas regras ocorrerá de forma gradual, iniciando ainda neste ano e atingindo vigor pleno em janeiro de 2027. Durante o período de adaptação, os depósitos compulsórios cairão de 20% para 15%, e uma parcela de 5% será incorporada ao novo regime.
O governo aposta que a modernização do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo ajudará a recuperar a atratividade do crédito imobiliário, especialmente após anos de saída de recursos da poupança devido à alta da taxa Selic.
Entre 2023 e 2025, o saldo líquido da poupança apresentou forte redução, impactando diretamente a oferta de crédito. Com o novo modelo, o FGTS e os depósitos de poupança tornam-se instrumentos estratégicos para ampliar a disponibilidade de financiamento e fortalecer o setor de habitação.
Além disso, a gradual eliminação dos depósitos compulsórios incentiva a concorrência entre instituições financeiras, permitindo que bancos que não captam poupança também ofereçam condições semelhantes por meio de depósitos interfinanceiros imobiliários.
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