Cuidado com o golpe do Meu INSS: criminosos estão roubando dinheiro da aposentadoria
Milhares de cidadãos correm risco diário de terem suas contas do Meu INSS invadidas por bandidos, por isso é bom se cuidar.
O aplicativo Meu INSS se consolidou como a principal ferramenta digital para milhões de brasileiros acessarem benefícios previdenciários, agendarem serviços e acompanharem informações relacionadas à aposentadoria.
Ele surgiu com a proposta de simplificar o contato com o Instituto Nacional do Seguro Social, reduzindo filas e tornando os processos mais ágeis. Assim, a plataforma passou a concentrar serviços que antes exigiam deslocamentos presenciais, oferecendo praticidade e economia de tempo.
No entanto, essa modernização também trouxe novos desafios, sobretudo no campo da segurança digital. Com a expansão do uso do aplicativo, cresceu a necessidade de garantir que dados e benefícios estejam protegidos contra fraudes.

Neste artigo, você vai ver:
Idosos correm risco de golpe no Meu INSS
Um golpe recente vem causando enorme preocupação entre aposentados que utilizam o Meu INSS. Criminosos conseguem invadir contas gov.br de idosos e, de forma fraudulenta, inserem no sistema a figura de um curador judicial.
Esse cadastro falso transforma a vítima em pessoa considerada incapaz de gerir a própria vida civil, retirando dela o controle sobre sua renda mensal. O resultado imediato é a perda da autonomia financeira, já que o curador fictício passa a comandar todas as operações vinculadas ao benefício.
Com essa estratégia, os golpistas assumem poderes amplos dentro do sistema. Eles conseguem transferir valores para contas diversas, contrair empréstimos consignados em nome do idoso e até alterar dados bancários registrados no aplicativo.
Em muitos casos, a vítima descobre o golpe apenas quando se vê sem recursos para despesas essenciais, como alimentação ou medicamentos. O impacto financeiro, somado ao abalo emocional, transforma a fraude em um problema devastador para famílias inteiras.
Além disso, os documentos falsos apresentados pelos criminosos frequentemente contêm erros básicos. Mesmo com timbres falsificados, nomes inexistentes de magistrados e números de processos irreais, o sistema do INSS aceita a inserção do curador.
A dificuldade aumenta porque, quando o golpe é identificado, a vítima não consegue resolver a situação apenas pela via administrativa. O órgão exige uma ordem judicial para excluir o curador do cadastro, impondo demora, custos adicionais e profundo desgaste emocional ao aposentado.
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CGU aponta falhas no app
As falhas que permitem a atuação de criminosos no Meu INSS foram destacadas em relatório recente da Controladoria-Geral da União. O documento apontou que, mesmo após recomendações do Tribunal de Contas da União em 2024, o INSS manteve fragilidades graves no sistema.
A principal crítica recai sobre a ausência de autenticação biométrica avançada e assinatura eletrônica obrigatória para operações sensíveis. Essas ferramentas, segundo especialistas, poderiam evitar grande parte das fraudes registradas.
Em março de 2024, a Instrução Normativa 162 já havia determinado a implementação de medidas de segurança mais rígidas. Porém, apenas em julho o órgão adotou uma solução parcial, considerada insuficiente pela própria CGU.
A análise classificou a resposta como “precária”, pois não oferecia garantias reais contra a ação de grupos organizados. Esse atraso na aplicação de controles tecnológicos abriu espaço para o crescimento dos golpes que afetam especialmente aposentados.
Outro ponto grave apontado no relatório foi a ausência de bloqueio ou suspensão temporária de alterações até a disponibilização de ferramentas seguras. Ou seja, mesmo sabendo da fragilidade do sistema, o INSS continuou permitindo mudanças em dados bancários e descontos em benefícios.
Esse cenário facilitou a vida dos criminosos e expôs milhares de idosos ao risco. O impacto não se limita à perda financeira, mas atinge a dignidade das vítimas, que de uma hora para outra passam a ser tratadas como incapazes perante o Estado.
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Como garantir uma maior segurança no Meu INSS?
Diante desse contexto de vulnerabilidade, especialistas recomendam que os segurados adotem medidas de proteção adicionais para reduzir o risco de fraude no Meu INSS. Uma das formas mais eficazes é aumentar o nível de segurança da conta gov.br, que pode ser classificada como bronze, prata ou ouro.
Quanto maior o nível, mais barreiras de autenticação são exigidas, dificultando a ação de criminosos. Para deixar a conta no nível prata, o segurado pode:
- Validar os dados por meio de instituições financeiras conveniadas, como Banco do Brasil e Caixa Econômica.
- Confirmar informações utilizando o aplicativo de internet banking dessas instituições.
- Realizar reconhecimento facial diretamente pelo aplicativo gov.br, utilizando a base de dados do Denatran.
Já para alcançar o nível ouro, o processo é ainda mais seguro:
- O segurado deve realizar reconhecimento facial utilizando a base da Justiça Eleitoral, garantindo máxima confiabilidade.
- Outra possibilidade é utilizar certificado digital ICP-Brasil, recurso voltado a quem já possui esse tipo de tecnologia.
- Também é possível usar QR Code gerado por órgãos públicos credenciados, reforçando a validação da identidade.
A elevação do nível de segurança traz benefícios imediatos. Com autenticação mais rigorosa, fica muito mais difícil que terceiros acessem a conta indevidamente e realizem alterações fraudulentas. Além disso, o segurado passa a ter maior controle sobre movimentações e recebe alertas sempre que há mudanças.