Em 2025, o programa Bolsa Família passará por uma nova revisão focada especialmente nas famílias unipessoais — aquelas compostas por apenas uma pessoa.
O objetivo do governo é garantir que o benefício seja destinado exclusivamente a quem realmente se enquadra nos critérios de vulnerabilidade socioeconômica, evitando fraudes e pagamentos indevidos.
A medida foi anunciada como parte de um esforço para otimizar os recursos do programa e assegurar sua sustentabilidade financeira a longo prazo.
A principal meta da revisão é identificar possíveis irregularidades, especialmente entre os beneficiários que vivem sozinhos e têm entre 18 e 49 anos, faixa etária considerada de maior risco para inconsistências nos cadastros.
Foco nas famílias unipessoais
Cerca de 1,3 milhão de beneficiários unipessoais que recebem o Bolsa Família serão alvos da revisão, que começará em janeiro de 2025. Esse grupo faz parte de um total de quatro milhões de pessoas que declararam viver sozinhas e estão inscritas no programa.
Segundo o governo, há indícios de que entre 400 mil e 500 mil desses cadastros possam conter irregularidades, o que poderá resultar na suspensão ou cancelamento dos benefícios.
As autoridades acreditam que muitas dessas pessoas podem não atender mais aos critérios estabelecidos pelo Bolsa Família ou, em alguns casos, terem fornecido informações incorretas no momento do cadastro. A revisão tem como objetivo garantir que o auxílio chegue apenas a quem realmente está em situação de vulnerabilidade.
Aproveite e leia: Bolsa Família em 2025 contará com novos valores? Saiba o que o Governo diz
Economia esperada com os cortes
Com a identificação e o cancelamento de benefícios indevidos, o governo projeta uma economia anual de cerca de R$ 4 bilhões. Esses cortes são considerados fundamentais para a eficiência do programa, além de fazer parte de um pacote de medidas voltadas para ajustar o orçamento público.
A proposta de cortes e o pente-fino no Bolsa Família foram planejados em um contexto de controle de gastos, o que torna ainda mais urgente a verificação de possíveis falhas no sistema de concessão de benefícios.
Essa economia gerada pela suspensão de cadastros irregulares permitirá que os recursos do programa sejam melhor direcionados para quem realmente precisa, fortalecendo a credibilidade e a eficácia do Bolsa Família.
Histórico de revisões no Bolsa Família
Essa não é a primeira vez que o Bolsa Família passa por uma grande revisão. Em 2023, uma operação semelhante foi realizada e resultou na suspensão de 1,8 milhão de benefícios de famílias unipessoais.
A ação ocorreu após um crescimento expressivo no número de inscritos entre 2021 e 2022, período em que o programa registrou um aumento significativo de cadastros unipessoais, atingindo 5,8 milhões de beneficiários no final de 2022.
Essas revisões têm se tornado frequentes, como uma forma de manter a integridade do programa e evitar que o benefício seja utilizado de maneira inadequada.
Novas medidas de controle e fiscalização
Além do pente-fino nos cadastros, o governo também está introduzindo novas medidas para reforçar o controle sobre quem tem direito ao Bolsa Família. A partir de 2025, será exigida a visita de assistentes sociais às residências de novos beneficiários unipessoais. Essa medida busca garantir que o cadastro reflete fielmente a condição de vulnerabilidade da pessoa.
A visita domiciliar dos assistentes sociais complementará o registro feito nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), que atualmente é gerido pelas prefeituras.
A ideia é adicionar uma camada extra de controle para que apenas os mais necessitados, especialmente aqueles em extrema vulnerabilidade ou com problemas de saúde graves, permaneçam no programa.
Com essas novas medidas, o governo pretende fortalecer ainda mais o controle sobre o Bolsa Família, garantindo que os recursos públicos sejam destinados de maneira justa e eficiente.
Aproveite e leia: Bolsa Família terá aumento em 2025? Entenda o que diz o Governo
