O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma medida ambiciosa que promete impactar diretamente a vida de milhões de brasileiros: a inclusão do gás de cozinha, o GLP, na cesta básica, garantindo sua distribuição gratuita para 21,6 milhões de famílias até o final de seu terceiro mandato, em 2026.
A declaração foi feita durante uma entrevista à rádio MaisPB, onde Lula enfatizou a importância do gás como um item essencial na vida dos brasileiros.
Para Lula, o gás de cozinha deve ser tratado como um direito fundamental, assim como alimentos básicos como feijão e arroz. “O gás vai fazer parte da cesta básica,”.
O gás de cozinha como direito básico
Afirmou o presidente, reforçando que essa medida busca garantir que todas as famílias possam cozinhar sem enfrentar dificuldades financeiras para adquirir o gás.
O presidente também aproveitou a ocasião para rebater críticas sobre o custo da medida para o governo. Ele argumentou que o verdadeiro gasto significativo no Brasil é com a dívida pública e o pagamento de juros, não com políticas sociais que beneficiam a população mais pobre.
“Quando faz benefício para povo pobre, custa caro,” disse Lula, destacando que seu governo está focado em atender às necessidades do povo, e não do mercado financeiro.
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Financiamento e preocupações com a sustentabilidade fiscal
A proposta de Lula de fornecer gás de cozinha gratuito tem gerado preocupações entre especialistas em contas públicas. A medida, que faz parte de um projeto de lei ainda em análise no Congresso, visa quadruplicar o valor do programa até 2026, elevando o orçamento do Auxílio Gás dos atuais R$ 3,4 bilhões para cerca de R$ 13,6 bilhões.
Essa expansão substancial do programa seria financiada por um mecanismo que permite à Caixa Econômica Federal receber recursos diretamente de empresas de petróleo, levantando questionamentos sobre a transparência e a sustentabilidade fiscal da iniciativa.
Os críticos apontam que essa estratégia pode ser vista como uma tentativa de contornar o limite de despesas do arcabouço fiscal, já que os gastos não apareceriam diretamente no orçamento público.
Marcos Mendes, pesquisador do Insper, comparou a medida a práticas de governos anteriores que utilizaram métodos criativos para financiar programas sociais sem que as despesas fossem contabilizadas de forma transparente.
Repercussão e próximos passos
A inclusão do gás de cozinha na cesta básica e sua distribuição gratuita até 2026 marcam uma promessa significativa do governo Lula, refletindo seu compromisso com políticas de inclusão social. No entanto, a proposta ainda precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional, onde será debatida e votada.
Enquanto o governo defende a medida como essencial para garantir a dignidade das famílias mais vulneráveis, especialistas continuam a debater os impactos fiscais e a viabilidade econômica da proposta.
O futuro do programa Gás para Todos dependerá do equilíbrio entre a necessidade de apoiar a população carente e a responsabilidade fiscal.
Com essa iniciativa, Lula reafirma sua postura de priorizar políticas que beneficiem diretamente os mais necessitados, mesmo diante de críticas e desafios financeiros. A implementação desse programa será um teste importante para o governo, tanto em termos de execução quanto de sustentação econômica ao longo dos próximos anos.
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