Mais de 14 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza desde 2023; entenda
Segundo informações do governo, milhões de brasileiros chegaram a sair da linha da pobreza com ajuda de benefícios sociais.
A linha da pobreza é um indicador usado para identificar famílias que vivem com renda insuficiente para atender às necessidades básicas de alimentação, moradia, saúde e educação. No Brasil, considera-se em situação de pobreza quem possui renda per capita de até 218 reais mensais.
Essa métrica serve como referência para a formulação de políticas públicas e programas sociais que buscam reduzir desigualdades e ampliar o acesso a direitos fundamentais. Os números da pobreza oscilaram nas últimas décadas em função de crises econômicas e mudanças nas políticas governamentais.
Entretanto, os dados mais recentes indicam avanços relevantes na economia das famílias mais pobres. Com isso, analisar o comportamento desse indicador ajuda a compreender a eficácia das ações adotadas e a orientar o futuro das estratégias sociais.

Neste artigo, você vai ver:
Número de famílias em situação de pobreza caiu em dois anos
Entre maio de 2023 e julho de 2025, o Brasil registrou uma queda de 25% no número de famílias em situação de pobreza. Os dados revelam que o total passou de 26,1 milhões para 19,56 milhões de domicílios nesse período.
Isso representa 6,55 milhões de famílias que melhoraram de patamar de renda. Quando se considera a população como um todo, cerca de 14,17 milhões de pessoas conseguiram ultrapassar a linha da pobreza. Esses avanços refletem o impacto de políticas públicas.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social destacou que a prioridade do governo federal está em garantir que cada brasileiro tenha acesso à alimentação adequada e condições de vida dignas. Ele ressaltou que o aumento de renda tem papel decisivo na redução da pobreza.
A combinação de estratégias sociais com desenvolvimento econômico permitiu ao Brasil sair novamente do Mapa da Fome e avançar no combate às desigualdades. Os dados utilizados nessa análise foram coletados pelo Monitora MDS, ferramenta que acompanha metas e resultados das políticas sociais.
Além disso, a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Cadastro Único mostrou que o crescimento de renda também se refletiu em famílias que estavam acima da linha de pobreza, o que reforça a consistência da melhora.
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Tendência de saída da pobreza se mantém entre famílias unipessoais
Um dos grupos que mais chamou a atenção no período analisado foi o das famílias unipessoais, formadas por apenas um indivíduo. Entre março de 2023 e julho de 2025, houve redução de 39% no número de registros dessas famílias em condição de baixa renda, de 9,92 milhões para 6,04 milhões.
No Bolsa Família, a redução também foi expressiva, com queda de 29% no número de unipessoais beneficiários, que passaram de 5,49 milhões para 3,87 milhões. Essa mudança reflete tanto o impacto das políticas sociais quanto a melhora gradual do mercado de trabalho.
Além disso, as atualizações do Cadastro Único tornaram mais preciso o registro das informações, o que contribuiu para retratar a realidade com maior fidelidade. Outro fator que influenciou essa tendência foi a aplicação da Lei nº 15.077, de dezembro de 2024.
Ela tornou obrigatória a entrevista domiciliar para inclusão de famílias unipessoais no Bolsa Família e no BPC, exceto nos casos de indígenas, quilombolas e população em situação de rua. Essa medida elevou o índice nacional de entrevistas de 11,5% em janeiro de 2025 para 40,2% em julho do mesmo ano.
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Integração de bases para determinação de renda
Outro ponto fundamental para explicar a redução da pobreza está na integração de dados entre o Cadastro Único e o Cadastro Nacional de Informações Sociais. A medida permitiu cruzar informações sobre rendimentos formais e benefícios previdenciários, reduzindo a dependência da autodeclaração.
Dessa forma, as famílias não precisam mais apresentar tantos documentos, e os municípios conseguem atualizar os cadastros de maneira mais eficiente. Esse avanço trouxe maior confiabilidade às informações e favoreceu a focalização das políticas.
Desde 2023, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social realizou sete ações de integração, atualizando diretamente os dados de renda de 33 milhões de pessoas. Nos primeiros cruzamentos, 15% das famílias em situação de pobreza migraram para a faixa de baixa renda ou de meio salário mínimo.
Enquanto isso, 29% das famílias de baixa renda passaram para níveis superiores. Isso mostra que parte da redução observada decorre não apenas da melhora econômica, mas também da precisão das informações.
Em março de 2025, o novo sistema do Cadastro Único passou a integrar automaticamente os dados do CNIS durante o processo de inclusão ou atualização cadastral. Além disso, foi implementada uma rotina mensal de atualização automática, que garante ainda mais agilidade.
Com esse modelo, as famílias podem consultar suas informações por meio do aplicativo do Cadastro Único ou em atendimentos municipais, sempre respeitando a exigência de atualização a cada 24 meses. Essa inovação representa um marco na gestão das políticas sociais.
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