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Quem tem ‘nome sujo’ no Serasa consegue entrar no Minha Casa Minha Vida?

Muitos brasileiros seguem ansiosos para conquistar o sonho da casa própria. Todos sabem a importância de ter um lugar para chamar de lar. Já é sabido por todos que o Minha Casa Minha Vida tem ajudado milhares de famílias a alcançarem esse objetivo.

Quem procura comprar seu primeiro imóvel pode já ter percorrido um longo caminho e recebido muitos “nãos”, principalmente, por conta de dívidas antigas e salário comprometido com parcelas.

Então, alguns se perguntam: como a atual situação financeira do comprador pode influenciar na aprovação do financiamento do Minha Casa Minha Vida? Será que alguém com “nome sujo”, ou seja, registro em algum órgão protetor de crédito, consegue participar do programa?

Como a atual situação financeira do comprador pode influenciar na aprovação do financiamento do Minha Casa Minha Vida? (Imagem: Jeane de Oliveira/guiadobeneficio.com.br)

Minha Casa Minha Vida: como a Caixa aprova o financiamento?

Antes de aprovar o financiamento do imóvel para o cliente, a Caixa Econômica Federal levanta três aspectos sobre a vida financeira dele. Saiba agora quais são.

SPC e Serasa

Duas dúvidas bastante comuns entre as pessoas que querem participar do Minha Casa Minha Vida é:

  • Tenho restrição no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e Serasa, isso influencia na aprovação do crédito?
  • E se o “nome sujo” for o da esposa ou marido?

Infelizmente, quem tem o crédito restrito por dívidas não pagas e registradas em órgãos como o SPC e Serasa não é aprovado para financiamento do Minha Casa Minha Vida, e o mesmo vale para o cônjuge, se forem casados.

Leia: Fim do Minha Casa Minha Vida? Caixa sinaliza falta de recursos para 2025

Então, se você tem dívidas pendentes no SPC e Serasa, deve primeiro “limpar” o nome e retirar seu registro nos órgãos de proteção ao crédito.

E como você pode saber se tem alguma restrição? É bem simples: basta baixar o aplicativo do SPC e do Serasa, no celular mesmo, e realizar a consulta através do seu CPF e do seu cônjuge.

CADMUT (Cadastro Nacional de Mutuários)

O segundo órgão consultado pela Caixa é o CADMUT, que é o cadastro para registro das informações dos contratos de financiamento habitacional, ativos e inativos.

Leia mais: Zero entrada! Financie sua Minha Casa Minha Vida sem tirar dinheiro do bolso

No programa Minha Casa Minha Vida, assim como em outros programas habitacionais com recursos da União, cada pessoa pode participar uma única vez. Sendo assim, se você ou seu cônjuge já participaram, não poderão entrar de novo, mesmo que o imóvel já tenha sido vendido.

Registrato do BACEN

E, por fim, a Caixa examina o Registrato, que é uma ferramenta usada pelo Banco Central do Brasil (BACEN) para fornecer um relatório consolidado das informações financeiras e das operações de crédito de uma pessoa física ou jurídica.

E sabe por que a Caixa levanta o Registrato? O financiamento imobiliário não pode ultrapassar 30% da renda do comprador.

Então, se você tiver uma prestação a pagar, por exemplo, de um veículo, o valor liberado para financiamento do imóvel será menor. E se a parcela a pagar já existente representar 30% da sua renda, o financiamento não será aprovado.

Então, o que fazer se você está com algum destes três itens comprometidos? Como aumentar as chances de ser aprovado no financiamento do imóvel?

Regularizando pendências para o Minha Casa Minha Vida

Se seu crédito ainda está restrito no SPC ou Serasa, veja como você pode aumentar suas chances de ter seu nome aprovado para o Minha Casa Minha Vida.

Conheça sua situação financeira

Comece por entender exatamente qual é a sua dívida e qual é a situação que resultou no registro do seu nome no SPC e Serasa. Isso pode ajudar a traçar um plano para resolver a situação.

Negocie com os credores

Os credores podem oferecer diferentes opções de acordo. Avalie todas as propostas e escolha aquela que melhor se adapta à sua situação financeira.

Regularize as dívidas

Após chegar a um acordo com os credores, faça os pagamentos conforme o acordado. Isso pode incluir quitar a dívida total ou seguir um plano de parcelamento.

Aguarde a atualização

Fique esperto: o Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece um prazo de até cinco dias úteis para o credor retirar o nome do cliente dos cadastros de inadimplentes. A contagem começa a partir da data do pagamento da dívida (ou confirmação do pagamento, no caso de cheque, cartão ou boleto).

Como funciona o Serasa na prática?

O Serasa é uma empresa de análise e informações para decisões de crédito e apoio a negócios. Na prática, ele funciona como um banco de dados que coleta, armazena e analisa informações de crédito de indivíduos e empresas.

Quando uma pessoa solicita crédito ou um financiamento, as instituições financeiras consultam o Serasa para verificar o histórico de crédito do solicitante. O Serasa fornece um relatório que inclui informações sobre dívidas, inadimplências, e outros compromissos financeiros, além de um score de crédito, que indica a probabilidade de inadimplência.

Se houver dívidas não pagas, o nome do devedor pode ser negativado, dificultando a obtenção de crédito. O Serasa também oferece serviços de consulta de CPF, negociação de dívidas e monitoramento de crédito para consumidores e empresas.

Qual a diferença do Serasa e SPC?

O Serasa e o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) são duas das principais empresas de proteção ao crédito no Brasil, mas possuem diferenças significativas. O Serasa foi criado pelo setor bancário e é operado pela Serasa Experian, uma empresa global de informações financeiras. Ele é amplamente utilizado por instituições financeiras para avaliar a saúde financeira dos consumidores e empresas.

Já o SPC é administrado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelas Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs). Focado principalmente no comércio, ele registra informações de crédito de consumidores provenientes de lojas e empresas de varejo.

Ambos são usados para avaliar a capacidade de pagamento, mas diferem em origem, abrangência e foco de atuação.

Cristina Ribeiro

Redatora web e Tecnóloga em Processos Gerenciais, agora dedicada à escrita sobre direitos dos trabalhadores e benefícios sociais. Meu objetivo é democratizar o acesso à informação, garantindo que todos conheçam seus direitos.

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