O que é verdade e o que é mito nas novas regras do IRPF?
Quem vai declarar o IRPF nos próximos anos precisa ficar atento ao que muda e ao que permanece igual nas regras
O IRPF, Imposto de Renda da Pessoa Física, é um dos tributos mais importantes do país e também um dos que mais geram dúvidas entre os brasileiros. Ele representa uma contribuição direta dos cidadãos à manutenção dos serviços públicos e ao financiamento de políticas sociais que sustentam o Estado.
No entanto, cada atualização nas regras do imposto causa debates e expectativas, principalmente quando envolve isenção, alíquotas e reajustes que afetam milhões de trabalhadores. Em 2026, o IRPF passará por mudanças relevantes que prometem impactar diferentes faixas de renda.
Ainda assim, nem todas as informações que circulam são corretas. Por isso, compreender o que é mito e o que é verdade torna-se essencial para planejar as finanças pessoais e evitar interpretações equivocadas que podem ser prejudiciais.

Neste artigo, você vai ver:
Mitos sobre o IRPF 2026
As recentes alterações no IRPF 2026 geraram diversas interpretações equivocadas sobre o alcance e o funcionamento das novas regras. Embora o projeto aprovado traga benefícios significativos, muitos mitos surgiram e precisam ser desmistificados para evitar confusões e interpretações erradas.
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Mito 1: Todos os brasileiros ficarão isentos do IRPF em 2026
Um dos principais mitos é acreditar que todos os brasileiros deixarão de pagar o imposto. Na realidade, a isenção vale apenas para quem recebe até R$ 5 mil mensais. A faixa seguinte, entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, terá uma redução no valor do imposto, mas não isenção total.
Acima desse limite, o sistema de tributação segue sem alterações. Portanto, o novo modelo beneficia principalmente os trabalhadores de renda baixa e média, sem eliminar completamente o pagamento do imposto para as demais faixas.
Mito 2: A nova tabela do IRPF substituirá a tabela atual
Outro equívoco comum é pensar que a tabela geral de Imposto de Renda deixará de existir. O projeto cria, na prática, duas tabelas paralelas: uma para quem ganha até R$ 7.350 e outra para quem recebe valores superiores. Isso significa que o formato atual continua em vigor para as rendas mais altas.
Mito 3: As mudanças já estão em vigor
Muitos contribuintes acreditam que a nova faixa de isenção começou a valer imediatamente após a aprovação do projeto. No entanto, o texto entra em vigor apenas em 1º de janeiro de 2026, após sanção presidencial.
Até lá, o limite atual de isenção continua sendo de R$ 2.428,80, com a aplicação automática do desconto simplificado de R$ 607,20, que garante isenção prática até R$ 3.036 mensais. Portanto, é essencial acompanhar os prazos e não confundir proposta aprovada com aplicação efetiva.
Mito 4: O novo IRPF prejudicará estados e municípios
Outra desinformação recorrente afirma que os estados e municípios perderão arrecadação com a ampliação da isenção. Contudo, o projeto prevê repasses automáticos da União para compensar eventuais perdas.
Isso acaba garantindo que o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) continuem recebendo recursos de forma equilibrada. Assim, a estrutura fiscal dos entes federativos permanece estável, mesmo com a redução da arrecadação direta do imposto.
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Verdades sobre o IRPF 2026
As mudanças propostas para o IRPF 2026 trazem ajustes importantes que buscam equilibrar a carga tributária e tornar o sistema mais justo. As verdades que cercam essa atualização mostram que, apesar das críticas, o governo pretende beneficiar a maioria dos trabalhadores formais.
Verdade 1: O IRPF será zerado para quem ganha até R$ 5 mil por mês
A principal verdade sobre o novo IRPF é que a isenção total alcançará quem recebe até R$ 5 mil mensais. Essa mudança amplia consideravelmente o número de pessoas que não precisarão pagar o imposto no próximo ano.
Atualmente, o limite prático é de R$ 3.036, o que demonstra um avanço significativo na política fiscal. O objetivo é aliviar a carga sobre as classes médias e trabalhadoras, permitindo maior poder de compra e equilíbrio financeiro para milhões de brasileiros.
Verdade 2: Quem ganha até R$ 7.350 pagará menos imposto
Outra verdade importante é que o projeto reduz o valor cobrado de quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 por mês. Essa faixa intermediária terá dedução automática, evitando que quem ganha pouco acima do limite da isenção pague um imposto desproporcional.
Verdade 3: O governo compensará a perda de arrecadação
Embora o custo estimado da nova tabela seja de R$ 31,2 bilhões em 2026, o governo já definiu estratégias de compensação. Serão criados impostos sobre rendas altas e remessas de dividendos ao exterior, com previsão de arrecadar R$ 34,1 bilhões.
Além disso, será implantado um imposto mínimo sobre rendas acima de R$ 50 mil por mês ou R$ 600 mil por ano, com alíquotas progressivas de 0% a 10%. Dessa forma, o Estado mantém equilíbrio fiscal sem prejudicar as contas públicas.
Verdade 4: Profissionais liberais e investidores também serão impactados
A última verdade é que as novas regras atingirão principalmente profissionais autônomos e investidores de alta renda. O cálculo do imposto considerará todos os rendimentos da pessoa física, incluindo lucros, dividendos e ganhos financeiros, com exceções para aplicações como LCI, LCA e infraestrutura.
Profissionais com renda acima de R$ 50 mil mensais poderão ser tributados pelo imposto mínimo, garantindo que a contribuição seja proporcional à renda real. Dessa forma, o sistema torna-se mais justo, impedindo brechas e equilibrando a tributação entre diferentes perfis de contribuintes.
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