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Senado aprova isenção de carência do INSS para novos grupos de brasileiros

Novos grupos de brasileiros poderão ter acesso à carência do INSS, o que facilita a concessão e manutenção de benefícios.

O Instituto Nacional do Seguro Social, conhecido como INSS, desempenha papel central na proteção de milhões de brasileiros que enfrentam doenças, acidentes ou limitações físicas ao longo da vida. Por meio de benefícios previdenciários, o órgão garante apoio financeiro a segurados específicos.

Essa proteção vai além de uma simples prestação monetária, pois significa também segurança, dignidade e melhores condições de enfrentamento diante de situações de fragilidade. Entretanto, nem todos conseguem acessar esses benefícios imediatamente, pois há uma exigência.

Esse requisito, chamado de carência do INSS, gera debates constantes, especialmente quando se trata de pessoas acometidas por doenças graves. Nesse cenário, novos avanços legislativos buscam ampliar o alcance da proteção social.

A carência do INSS poderá deixar de ser uma exigência para dois novos grupos de pessoas.
A carência do INSS poderá deixar de ser uma exigência para dois novos grupos de pessoas. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Senado aprova carência do INSS para novos grupos de segurados

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou um projeto que retira a exigência de prazo de carência do INSS para trabalhadores diagnosticados com lúpus e epilepsia. A proposta, de autoria do senador Paulo Paim, recebeu relatório favorável da senadora Damares Alves.

Ele segue agora para novas etapas no processo legislativo. A aprovação representa um marco importante, pois coloca essas doenças no mesmo patamar de outras já reconhecidas pela legislação como graves e incapacitantes.

Dessa forma, pacientes poderão acessar o auxílio-doença e a aposentadoria por incapacidade sem esperar os tradicionais 12 meses de contribuição. Durante a votação, o senador Paulo Paim destacou que a proposta não cria privilégios, mas garante tratamento isonômico a quem convive com enfermidades.

Para ele, não existe razão para que pacientes com lúpus ou epilepsia enfrentem obstáculos adicionais para acessar seus direitos previdenciários. Essa visão recebeu amplo apoio da comissão, que reforçou a importância de assegurar justiça social a esses trabalhadores.

Além disso, a senadora Damares Alves afirmou que a medida fortalece a rede de proteção social e oferece condições mais dignas a quem já enfrenta desafios complexos em sua rotina. Segundo ela, a aprovação garante acesso mais rápido ao auxílio e alívio às famílias que dependem desses rendimentos.

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O que falta para o projeto ser aprovado?

Embora tenha avançado no Senado, o projeto ainda precisa superar etapas importantes para se transformar em lei. Caso não haja recurso para votação no Plenário, a proposta seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados.

Nesse novo espaço de análise, os parlamentares avaliarão a redação e poderão sugerir ajustes antes da votação definitiva. Esse processo faz parte do rito legislativo e garante que diferentes perspectivas sejam consideradas antes da aprovação final.

A tramitação, no entanto, carrega significado político e social relevante. Isso porque, em 2021, uma proposta semelhante já havia sido integralmente vetada pelo então presidente Jair Bolsonaro. O veto interrompeu momentaneamente a discussão.

Contudo, a mobilização de parlamentares, médicos e entidades de defesa dos direitos sociais manteve o tema em pauta até sua retomada. Agora, com novo relatório favorável e apoio da comissão, a expectativa é de que o projeto encontre maior receptividade na Câmara.

Mesmo com esse avanço, ainda resta o desafio de garantir sanção presidencial, caso o texto seja aprovado pelos deputados. A decisão final dependerá do equilíbrio político e da articulação entre governo e Congresso.

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Entendendo a carência do INSS

A carência do INSS corresponde ao número mínimo de contribuições mensais que o segurado deve realizar antes de ter direito a determinados benefícios. Em regra, para acessar o auxílio-doença ou a aposentadoria por incapacidade, exige-se um período de doze meses de recolhimento.

Esse critério visa garantir sustentabilidade ao sistema previdenciário, mas muitas vezes cria barreiras para quem enfrenta enfermidades graves logo após ingressar no regime. Por isso, a legislação prevê exceções para algumas doenças que exigem atenção imediata.

Atualmente, estão dispensados da carência segurados diagnosticados com enfermidades como tuberculose ativa, hanseníase e câncer. Esses casos ilustram a compreensão de que determinadas situações ultrapassam o campo administrativo e demandam sensibilidade social.

Nesse sentido, incluir lúpus e epilepsia nesse rol significa reconhecer oficialmente o impacto severo dessas doenças na vida profissional e pessoal dos pacientes. Trata-se de ampliar a rede de proteção sem romper a lógica do sistema.

A discussão em torno da carência do INSS mostra como a previdência evolui para se adaptar às necessidades da população. Mais do que números, os beneficiários representam histórias reais de luta contra condições incapacitantes.

Ao flexibilizar regras para grupos específicos, o Estado cumpre papel de equilibrar sustentabilidade fiscal com justiça social. Assim, a eventual aprovação do projeto reforçará a ideia de que a previdência deve ser dinâmica, capaz de acolher demandas emergentes e garantir direitos a quem mais precisa.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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