A Organização Mundial de Saúde (OMS) adicionou recentemente o vício em jogos (com ou sem uso de dinheiro), o luto prolongado e o estresse pós-traumático à lista de doenças mentais reconhecidas.
A inclusão dessas três patologias permite que profissionais de saúde reconheçam suas características distintas e ofereçam tratamentos mais adequados e, se necessário, afaste o paciente de seu trabalho para que se recupere plenamente.
Em especial, o vício em jogos tem afetado profundamente a saúde mental do trabalhador, resultando em várias complicações emocionais, especialmente quando ele enfrenta perdas financeiras excessivas.
Vício em jogos: um distúrbio psiquiátrico
Sim, o vício em jogos, ora considerado por alguns como falta de caráter, é reconhecido como um distúrbio psiquiátrico pela OMS.
Em especial, os jogos online, como o famoso “Jogo do Tigrinho”, são projetados para serem altamente envolventes e viciantes. Eles utilizam uma combinação de técnicas psicológicas e tecnológicas que prendem a atenção dos jogadores, de forma que se torne um vício.
O vício em jogos pode levar a um comportamento autodestrutivo e a uma desconexão significativa da realidade, especialmente quando o indivíduo enfrenta perdas financeiras excessivas. Veja como isso ocorre.
Negação e justificação
O viciado frequentemente nega a gravidade de suas perdas financeiras. Pode minimizar a quantidade de dinheiro perdido ou racionalizar suas ações, acreditando que a sorte mudará e que recuperará o dinheiro.
Impulsividade
O jogador se torna mais impulsivo, aumentando as apostas na tentativa de recuperar rapidamente o dinheiro perdido, muitas vezes resultando em perdas ainda maiores.
Isolamento e mentiras
Com o aumento das perdas, o viciado pode começar a se isolar de amigos e familiares, evitando interações sociais para esconder o problema.
E também, para ocultar o verdadeiro estado de suas finanças, o viciado frequentemente mente sobre suas atividades e a quantidade de dinheiro que perdeu, tanto para si mesmo quanto para os outros.
Descolamento da realidade
O vício em jogos muitas vezes funciona como uma fuga dos problemas. A percepção da realidade do viciado pode se distorcer.
Eles podem começar a acreditar que o próximo jogo ou aposta será a solução para todos os seus problemas, ignorando os sinais claros de que estão em um caminho destrutivo.
Benefícios do INSS para distúrbios psiquiátricos como o vício em jogos
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) oferece vários benefícios para aqueles incapacitados por doenças mentais, como o vício em jogos.
No entanto, a concessão desses benefícios está sujeita a critérios específicos para cada tipo de benefício.
Auxílio-doença
- Qualidade de segurado: É necessário ter a qualidade de segurado e cumprir uma carência mínima de 12 meses de contribuição.
- Incapacidade temporária: O auxílio-doença é concedido às pessoas temporariamente incapacitadas para o trabalho devido a uma doença mental.
Aposentadoria por invalidez
- Qualidade de segurado: Também exige a qualidade de segurado e a carência de 12 meses de contribuição.
- Incapacidade permanente: A aposentadoria por invalidez é para aqueles que estão permanentemente incapazes de trabalhar por causa de uma doença mental.
Benefício Assistencial de Prestação Continuada (BPC)
- Critérios de elegibilidade: O BPC é destinado a pessoas com deficiência que não possuem meios de se sustentar e vivem em estado de pobreza, ou com mais de 65 anos.
Como o viciado em jogo pode obter os benefícios do INSS?
Para ter direito aos benefícios do INSS, é necessário apresentar um laudo médico que comprove a existência da doença mental e a incapacidade para o trabalho.
A documentação deve ser detalhada e precisa para garantir a aprovação do benefício, ao mesmo tempo em que o trabalhador deve se submeter a uma perícia no INSS.
O importante é reconhecer que o vício em jogos, assim como as demais doenças mentais, é um problema sério que deve ser tratado e controlado.
Qual o valor mínimo de recebimento pelo INSS?
O valor mínimo de recebimento pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é equivalente ao salário mínimo nacional, que é ajustado anualmente pelo governo federal. Em 2024, o salário mínimo está fixado em R$ 1.412,00.
Isso significa que todos os benefícios pagos pelo INSS, incluindo aposentadorias, pensões e auxílios, não podem ser inferiores a esse valor. O objetivo é garantir uma renda mínima que permita aos beneficiários cobrir suas necessidades básicas.
Esse piso salarial é aplicado a todos os segurados do INSS, independentemente da modalidade do benefício concedido. É importante acompanhar os reajustes anuais, pois o valor do salário mínimo pode mudar, impactando diretamente o valor dos benefícios recebidos.
