A conta de luz dos brasileiros deve ficar mais cara nos próximos meses, e a principal razão para isso é a situação climática desfavorável que o país enfrenta no segundo semestre de 2024.
Com a seca severa que atinge diversas regiões, como a Amazônia, o Pantanal e São Paulo, o nível dos reservatórios de água, que abastecem as hidrelétricas, está diminuindo significativamente.
Essa queda nos níveis de água está levando ao aumento do custo da energia elétrica, impactando diretamente o bolso dos consumidores.
O impacto da seca nas hidrelétricas e o acionamento das termelétricas
As hidrelétricas são responsáveis por cerca de 54% da eletricidade que abastece o Brasil, segundo dados de agosto de 2024 do Sistema de Informações de Geração (Siga) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No entanto, com a redução da capacidade dessas usinas devido à seca, o país tem sido forçado a recorrer a fontes alternativas de energia, como as termelétricas.
As termelétricas, embora eficientes em fornecer energia durante crises hídricas, têm um custo de operação muito mais elevado do que as hidrelétricas, além de serem mais poluentes. Quando essas usinas são acionadas, o custo adicional de produção de energia é repassado diretamente aos consumidores, resultando em aumentos na conta de luz.
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A situação crítica dos reservatórios e a resposta do sistema elétrico
A seca prolongada afeta especialmente os subsistemas de reservatórios das regiões Norte e Sudeste/Centro-Oeste, que são essenciais para o equilíbrio energético do país. Embora o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirme que não há risco imediato de desabastecimento, a redução gradual nos volumes dos reservatórios é uma preocupação crescente.
Durante o período de pico de demanda, conhecido como ponta de carga, que ocorre entre 17h e 20h, a atuação das hidrelétricas é crucial. No entanto, com a baixa capacidade dessas usinas, as termelétricas têm sido acionadas com mais frequência para garantir o fornecimento de energia.
No Ceará, por exemplo, as usinas termelétricas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém foram acionadas em agosto para suprir a demanda crescente. Essas usinas, que utilizam carvão mineral para gerar energia, foram responsáveis por manter o fornecimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN) durante períodos críticos, quando a geração das hidrelétricas não foi suficiente.
A influência do clima e a expectativa para o futuro
A combinação de fatores climáticos adversos, como a falta de chuvas no Norte e a onda de calor no Sul e Sudeste, está pressionando o sistema elétrico brasileiro.
A necessidade de acionar as termelétricas para corrigir essas distorções climáticas resulta em um aumento inevitável nos custos de produção de energia, que são repassados aos consumidores.
O aumento da conta de luz reflete não apenas a crise hídrica, mas também a dependência do Brasil em fontes de energia renováveis que, embora limpas e sustentáveis, são vulneráveis às variações climáticas.
A expectativa para o restante de 2024 é de que os consumidores continuem a sentir no bolso os efeitos dessa crise, com a possível continuidade do acionamento das termelétricas caso as condições climáticas não melhorem.
Portanto, a tendência é que a conta de luz continue a subir até o final do ano, agravando o impacto financeiro nas famílias brasileiras. É importante que os consumidores fiquem atentos às possíveis mudanças na tarifa e busquem maneiras de economizar energia para minimizar os efeitos desses aumentos.
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