Em setembro de 2024, o Banco Central do Brasil aprovou duas novas propostas do Consórcio ABBC para a segunda fase do projeto piloto Drex.
As inovações aprovadas são a utilização de Transações com Cédula de Crédito Bancário (CCBt) e o Crédito Colateralizado em Títulos Públicos, ambas focadas na modernização do sistema financeiro brasileiro e na promoção da inclusão financeira.
O Drex é uma iniciativa voltada para modernizar o sistema financeiro e aumentar o acesso a produtos financeiros com menores custos.
A presidente da ABBC, Sílvia Scorsato, destacou que as diretrizes do consórcio estão alinhadas com as metas do Banco Central.
Metas para o Drex e o papel da ABBC
A ideia é ampliar o acesso da população a produtos financeiros, promovendo uma maior concorrência e eficiência no setor.
Segundo Scorsato, a participação de diversas instituições financeiras no desenvolvimento do Drex é crucial para criar um ambiente plural e inovador no mercado.
Para Euricion Murari, diretor de Inovação e Serviços da ABBC, a elaboração das propostas enviadas foi feita cuidadosamente, garantindo que atendam às necessidades das instituições financeiras participantes e contribuam para o avanço do sistema financeiro brasileiro.
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Transações com cédula de crédito bancário (CCBt)
Uma das inovações aprovadas é a utilização da Cédula de Crédito Bancário (CCB) em transações financeiras. A CCB é um ativo amplamente utilizado no mercado de crédito, e a ideia é tokenizar esses títulos, permitindo sua negociação e liquidação de forma mais eficiente.
Com a tokenização da CCB, surgem diversas possibilidades de uso prático. Por exemplo, a CCB pode ser usada como garantia para o aumento de limite de cartões de crédito, facilitando o acesso ao crédito de forma mais segura e barata.
]Além disso, a tokenização permite o investimento fracionado, possibilitando que pequenos investidores participem dessas operações, diminuindo o valor mínimo de entrada e democratizando o acesso a esses produtos financeiros.
Outras aplicações incluem a facilitação da aquisição de bens e serviços de forma parcelada, sem a necessidade de um cartão de crédito, além da possibilidade de transferência de CCBs entre instituições financeiras e credores. Isso amplia as opções de financiamento e captação de recursos, inclusive em operações internacionais.
Crédito colateralizado em títulos públicos
Outra inovação aprovada é a utilização de Títulos Públicos Federais (TPFs) tokenizados como garantia em operações financeiras, por meio de smart contracts.
Essa proposta visa melhorar a segurança e a eficiência das operações de crédito, permitindo que os títulos sejam usados como colateral de maneira automatizada.
Os smart contracts desenvolvidos para essa finalidade têm três funções principais: o bloqueio do ativo, a liberação parcial ou total do ativo, e a liquidação em caso de inadimplemento.
Isso significa que, enquanto os títulos estiverem sendo usados como garantia, eles permanecem na carteira do cliente, mas sem a possibilidade de negociação ou resgate.
Em caso de inadimplência, o ativo é transferido automaticamente para a instituição financeira, garantindo o cumprimento das obrigações acordadas.
Consórcio ABBC e parcerias
O Consórcio ABBC, responsável pela implementação dessas inovações, é liderado pelo Banco Ribeirão Preto (BRP) e conta com a participação de 18 membros, incluindo instituições financeiras e empresas de tecnologia.
Entre os membros estão bancos como ABC Brasil, BMG, Banrisul, C6 Bank, PagBank e empresas tecnológicas como BBChain e Microsoft.
Fundada em 1983, a ABBC é uma entidade sem fins lucrativos que visa o aperfeiçoamento do Sistema Financeiro Nacional e o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil.
Com mais de 120 instituições associadas, a ABBC é uma das principais entidades representativas do setor financeiro, focada em promover competitividade, inovação, cibersegurança e prevenção de fraudes no mercado.
Impacto das novidades no sistema financeiro
As novidades anunciadas pelo Banco Central e pelo Consórcio ABBC representam um passo significativo em direção à modernização do sistema financeiro brasileiro.
O uso de tokens de CCBs e de smart contracts para operações de crédito garantido é uma maneira de aumentar a eficiência e a segurança das transações, além de reduzir custos, algo essencial para a inclusão financeira.
Essas iniciativas têm o potencial de tornar o acesso ao crédito mais democrático, especialmente para pequenos investidores e para aqueles que enfrentam dificuldades com as condições tradicionais de financiamento.
Com a inclusão de tecnologias avançadas e a participação de diferentes atores do setor, o Drex promete transformar a forma como os brasileiros se relacionam com produtos financeiros, aumentando a competitividade e proporcionando melhores condições para todos os envolvidos.
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