Milhares de mães solteiras em todo o Brasil enfrentam desafios diários para sustentar suas famílias e garantir condições dignas de vida para seus filhos.
Pensando nesse público, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 2099/2020, que prevê a criação do Auxílio Mãe Solteira. Essa proposta busca oferecer um suporte financeiro de R$ 1.200 mensais, destinado a mulheres em situação de vulnerabilidade social que são chefes de família.
Apesar de gerar grande expectativa, o benefício ainda não foi aprovado. Neste contexto, é essencial entender como o projeto funcionaria, quem seriam as beneficiárias e quais auxílios já estão disponíveis para mães solteiras no Brasil.
O funcionamento do projeto de Auxílio Mãe Solteira
O Auxílio Mãe Solteira é uma iniciativa proposta para atender famílias de baixa renda chefiadas exclusivamente por mulheres. O projeto foi idealizado em 2020, quando o auxílio emergencial foi extinto, deixando milhares de famílias desamparadas.
A ideia central é oferecer um valor mensal de R$ 1.200, o dobro do benefício básico do Bolsa Família. O auxílio seria destinado a mulheres que atendem a critérios específicos, como estar cadastrada no CadÚnico, não possuir emprego formal e ter filhos menores de 18 anos sob sua responsabilidade.
Aproveite e leia: Mudanças no Bolsa Família: quem vai perder o benefício em 2025?
Requisitos para se enquadrar no benefício
Caso seja aprovado, o projeto estabelece que as mães interessadas no auxílio deverão atender a algumas condições, como:
- Ser maior de 18 anos;
- Não possuir vínculo empregatício ativo;
- Ser chefe de família com pelo menos um filho menor de 18 anos;
- Possuir renda per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar total de até três salários mínimos;
- Não ser beneficiária de outro programa assistencial ou previdenciário;
- Estar inscrita no CadÚnico, sistema essencial para acessar programas sociais.
Esses critérios têm o objetivo de garantir que o benefício alcance as mães mais necessitadas.
O atual status do projeto de lei
Desde sua criação, o Projeto de Lei 2099/2020 já avançou em algumas etapas legislativas. Ele foi aprovado pela Comissão dos Direitos da Mulher, mas ainda precisa passar pela análise de outras comissões antes de ser votado no plenário da Câmara dos Deputados e, posteriormente, no Senado.
Somente após a aprovação em todas as instâncias o projeto poderá ser sancionado e transformado em lei. Até lá, não há previsão de quando o benefício será disponibilizado.
Alternativas existentes para mães solteiras
Embora o Auxílio Mãe Solteira ainda não tenha sido implementado, mães solteiras podem contar com outros programas sociais já disponíveis no Brasil. Essas iniciativas oferecem suporte financeiro e social para famílias em situação de vulnerabilidade.
Benefícios do Novo Bolsa Família
O Bolsa Família é o principal programa de transferência de renda no país. Ele oferece um benefício básico de R$ 600, além de valores adicionais:
- Benefício Primeira Infância: R$ 150 por criança de até 6 anos.
- Benefício Variável Familiar: R$ 50 para cada criança ou adolescente de 7 a 18 anos e para gestantes.
Esses valores podem ser acumulados, proporcionando maior segurança financeira às mães que atendem aos critérios do programa.
Creche gratuita para mães trabalhadoras
Outra alternativa importante é o acesso à creche gratuita ou ao auxílio-creche. Esse benefício permite que mães solteiras deixem seus filhos em um ambiente seguro e educativo enquanto procuram emprego ou realizam atividades remuneradas.
Além de proporcionar tranquilidade para as mães, a creche gratuita contribui para o desenvolvimento educacional das crianças, oferecendo melhores perspectivas para o futuro.
Serviços de assistência social
Mães solteiras também podem recorrer aos serviços de assistência social, disponíveis em estados e municípios. Esses programas oferecem:
- Capacitação profissional;
- Atendimento psicológico;
- Orientação jurídica;
- Apoio emocional.
Esses serviços são fundamentais para fortalecer a autonomia das mulheres, especialmente em momentos de vulnerabilidade.
O papel do CadÚnico na inclusão social
O Cadastro Único (CadÚnico) é a porta de entrada para a maioria dos programas sociais no Brasil. Para se cadastrar, a mãe solteira deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo e apresentar documentos pessoais, como CPF, RG, título de eleitor e certidão de nascimento dos filhos.
O registro no CadÚnico é essencial para que as assistentes sociais possam identificar as necessidades da família e direcionar os benefícios disponíveis.
Aproveite e leia: Isenção de Imposto de Renda: descubra quem está livre de declarar e o que muda em 2025
A importância de políticas públicas para mães solteiras
A proposta do Auxílio Mãe Solteira reflete a necessidade de políticas públicas que atendam às demandas específicas de mulheres chefes de família. Garantir suporte financeiro, acesso à educação infantil e serviços de assistência social é fundamental para promover a inclusão social e reduzir desigualdades.
Embora o projeto ainda não tenha sido aprovado, ele representa um passo importante no reconhecimento das dificuldades enfrentadas por mães solteiras em todo o país.