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Horário de verão vai voltar? Confira o posicionamento do governo

O horário de verão deixou de existir oficialmente no Brasil em 2019 e, desde então, ainda gera debates sobre um possível retorno.

O horário de verão marcou a vida de milhões de brasileiros durante décadas, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A medida sempre consistiu em adiantar os relógios em uma hora durante os meses mais quentes, geralmente entre novembro e fevereiro.

Seu objetivo era de aproveitar a iluminação natural e reduzir o consumo de energia elétrica nos horários de maior demanda. Além do impacto no sistema energético, a prática influenciava a rotina da população, afetando hábitos de lazer, comércio, turismo e até mesmo o rendimento de trabalhadores e estudantes.

Contudo, com as mudanças no padrão de consumo e no uso de equipamentos elétricos, essa política passou a ser questionada por especialistas e acabou suspensa em 2019, abrindo espaço para debates e boatos sobre sua possível retomada.

Muitos brasileiros ainda se perguntam se o horário de verão retornará algum dia.
Muitos brasileiros ainda se perguntam se o horário de verão retornará algum dia. / Fonte: Canva

Redes sociais circulam retorno no horário de verão

Recentemente, mensagens em aplicativos e redes sociais começaram a anunciar a volta do horário de verão a partir de novembro de 2025, com término em março de 2026. Segundo esses textos, a mudança atingiria estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, deixando de fora Norte e Nordeste.

A justificativa compartilhada seria a de aliviar a pressão no sistema elétrico, aproveitar melhor a luz solar e estimular setores como comércio e turismo. A notícia viralizou rapidamente, justamente porque toca em um tema que mexe diretamente com a rotina da população e desperta opiniões divergentes.

No entanto, o Governo Federal não confirmou a informação. O Ministério de Minas e Energia (MME) esclareceu, em nota oficial, que existe apenas um estudo em andamento sobre o tema, mas sem qualquer decisão formal sobre a retomada.

Além disso, a pasta reforçou que os reservatórios de energia estão em condições satisfatórias e que não há necessidade de recorrer à medida neste momento. Dessa forma, a circulação desse conteúdo reflete mais um exemplo de desinformação digital, em que boatos se espalham sem base em fontes confiáveis.

Em setembro de 2025, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reafirmou, em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que o país possui condições de atender plenamente à demanda. Isso reforça a ideia de que a medida não é necessária.

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Horário de verão vai voltar?

A resposta oficial do governo até o momento é negativa. O MME destaca que o horário de verão deixou de gerar resultados significativos em termos de economia de energia. A análise considera que o aumento do uso de equipamentos de refrigeração mudou completamente a relação entre consumo e luz natural.

Assim, mesmo com mais horas de luz do dia, o maior calor exige maior consumo elétrico, o que anula os benefícios esperados. Essa nova realidade demonstra que a lógica aplicada décadas atrás não se sustenta mais da mesma forma.

Antes, o adiantamento do relógio reduzia o consumo no horário de pico, aliviando o sistema elétrico. Hoje, porém, quanto maior a iluminação natural, maior também a temperatura, e, consequentemente, maior a utilização de aparelhos de climatização.

Outro ponto relevante é que o tema envolve não apenas questões técnicas, mas também sociais e políticas. Parte da população defende o retorno da medida, alegando vantagens para o comércio, turismo e lazer. No entanto, decisões sobre energia precisam priorizar a sustentabilidade do sistema elétrico.

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Medida foi suspensa em 2019

O horário de verão foi oficialmente suspenso em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, após estudos do próprio Ministério de Minas e Energia. Os dados revelaram que, naquele período, o país já apresentava queda no consumo de energia graças a mudanças nos hábitos da população.

De acordo com a pasta, a principal razão para a suspensão foi a constatação de que o adiantamento dos relógios já não trazia benefícios reais. Ao contrário, em alguns cenários, a medida poderia até elevar o consumo devido ao aumento da utilização de aparelhos de climatização.

Isso explica por que, desde então, o governo não retomou a prática, mesmo diante de pressões ocasionais de setores específicos. Vale lembrar que esse boato sobre o retorno do horário de verão circula há anos.

Em 2024, a mesma narrativa ganhou força, mas foi prontamente descartada pelo ministro Alexandre Silveira. O episódio mostra como o tema permanece sensível e gera curiosidade entre os brasileiros, mesmo sem respaldo técnico.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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