Estudantes estão demandando anulação total do Enem 2025 após vazamento
Devido ao vazamento de algumas questões do Enem, anuladas pelo Inep, os candidatos deste ano estão solicitando anulação total da prova
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) consolidou-se ao longo dos anos como o principal meio de acesso ao ensino superior no Brasil. Por meio dele, milhões de estudantes buscam ingressar em universidades públicas e privadas, disputar bolsas de estudo e até participar de programas internacionais.
Desde a sua criação, o Enem se tornou símbolo de mérito e oportunidade, refletindo o desempenho individual e a igualdade de condições entre candidatos de diferentes origens sociais. Ele é a porta de entrada para uma vida melhor para muitas pessoas.
No entanto, justamente por seu impacto, qualquer indício de irregularidade no processo gera intensos debates e mobilizações. Em 2025, uma polêmica envolvendo a divulgação prévia de questões reacendeu discussões sobre a credibilidade do exame e mobilizou estudantes em todo o país.

Neste artigo, você vai ver:
Estudantes pedem anulação total do Enem
A movimentação estudantil ganhou força após o surgimento de denúncias sobre semelhanças entre questões do Enem 2025 e itens apresentados em uma live no YouTube antes da prova. Por meio das redes sociais, estudantes passaram a articular protestos exigindo a anulação total do exame.
O movimento, nomeado “Anula Enem”, utiliza plataformas como WhatsApp, Telegram e Instagram para coordenar manifestações simultâneas em várias capitais. Em São Paulo, por exemplo, o ato está programado para ocorrer no Masp, na Avenida Paulista, um dos principais pontos de mobilização social.
Estudantes afirmam que decidiram iniciar o movimento após acompanhar a indignação de colegas nas redes sociais. Segundo eles, a decisão do Inep de cancelar apenas três questões foi considerada insuficiente para garantir igualdade entre os candidatos.
Para os organizadores, a situação prejudicou milhares de estudantes que se dedicaram intensamente durante o ano e agora se sentem injustiçados. Os manifestantes reivindicam três medidas principais:
- a anulação integral da prova;
- a renovação completa do banco de itens do Inep;
- a responsabilização dos envolvidos na divulgação antecipada das questões.
Além disso, o grupo pede mudanças nos pré-testes utilizados pelo Ministério da Educação, especialmente os aplicados no âmbito do Prêmio Capes Talento Universitário, apontado como possível origem dos itens vazados.
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Por que essa demanda surgiu?
O movimento “Anula Enem” começou após a circulação de um vídeo em que o estudante de medicina Edcley Teixeira, da Universidade Federal do Ceará, exibiu itens quase idênticos aos aplicados na prova de matemática e ciências da natureza.
A transmissão ocorreu dias antes da realização do exame, levantando suspeitas sobre a origem do material. Segundo o próprio universitário, ele teria decorado as questões por ter participado do Prêmio Capes Talento Universitário, promovido pelo Ministério da Educação e pela Capes.
Ao menos três questões apresentadas por Edcley foram utilizadas em pré-testes realizados no contexto desse prêmio, voltado a alunos recém-egressos do ensino médio. Esses pré-testes servem para calibrar o banco de questões do Enem com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Com isso, ficou evidente que parte do material havia circulado entre pessoas que não deveriam ter acesso a ele, ainda que o Inep alegue que nenhuma questão foi reproduzida de forma idêntica. A partir da divulgação do caso, as redes sociais se tornaram palco de debates intensos.
Estudantes expressaram frustração e questionaram a lisura do exame, enquanto educadores destacaram o impacto psicológico e emocional causado pela situação. Além disso, a Polícia Federal foi acionada para investigar uma possível quebra de sigilo e apurar responsabilidades.
O Inep, por sua vez, reforçou que segue acompanhando o caso e garantiu transparência no processo de apuração. A polêmica, entretanto, já havia despertado desconfiança em parte dos candidatos, que enxergam no vazamento uma ameaça direta à credibilidade do Enem.
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Inep já anulou 3 questões do Enem
Diante das denúncias, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) decidiu anular três questões da prova de 2025, alegando que as semelhanças identificadas eram pontuais. A medida, no entanto, não satisfez os estudantes, que ainda pedem pela anulação total.
O Inep defende que os itens não foram apresentados de forma idêntica aos aplicados no exame e afirma que a metodologia da TRI mantém a coerência dos resultados, mesmo com a retirada das perguntas questionadas.
Em comunicado oficial, o órgão assegurou que o Enem 2025 permanece válido e que não há risco para os processos seletivos que utilizam suas notas. Apesar disso, especialistas apontam que a confiança do público foi abalada.
A credibilidade do exame depende da conclusão transparente das investigações. Professores de cursinhos relatam que o episódio aumentou a ansiedade entre os alunos e gerou insegurança sobre a correção das provas e a divulgação dos resultados.
Enquanto as investigações avançam, o movimento “Anula Enem” continua crescendo. O perfil do grupo no Instagram já ultrapassa nove mil seguidores, e novas mobilizações estão previstas para as próximas semanas.
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