Golpe da maquininha acessa senhas de cartões para roubar dinheiro; cuidado!
O novo golpe da maquininha está fazendo vítimas desatentas que acabam perdendo a senha dos cartões e sofrendo com descontos.
O avanço das fraudes com maquininhas de cartão se tornou um problema recorrente no Brasil, atingindo consumidores em diferentes estados e situações. Com o crescimento das transações por aproximação e a praticidade dos pagamentos digitais, golpistas aproveitam brechas no comportamento das vítimas.
Essas ações ocorrem, principalmente, durante compras em ambientes movimentados, como saídas de shows, partidas de futebol ou durante entregas falsas. Muitas vezes, a vítima só descobre o prejuízo horas depois, quando percebe movimentações suspeitas em sua conta.
Os criminosos conseguem se passar por ambulantes, motoristas de aplicativo ou entregadores e utilizam maquininhas adulteradas para capturar senhas e clonar cartões. Esse cenário acende um alerta urgente sobre a necessidade de redobrar os cuidados na hora de pagar com cartão.

Neste artigo, você vai ver:
Novo golpe da maquininha acessa senhas para roubar dinheiro
Um novo tipo de golpe da maquininha tem sido alvo de investigação por delegacias especializadas em crimes cibernéticos em diversos estados. A fraude consiste na adulteração de maquininhas de cartão que, ao capturar a senha digitada pela vítima, enviam a informação para a quadrilha, por Bluetooth.
Após a coleta da senha, os criminosos trocam o cartão por outro idêntico e ficam com o original, dando início a uma sequência de compras em nome da vítima. Em Curitiba, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, vários casos já foram registrados, com prejuízos que passaram R$ 28 mil em poucas horas.
Os golpistas costumam agir com agilidade, simulando erros na leitura da maquininha e solicitando que o cliente repita a operação em outro equipamento. Durante essa troca, o cartão é substituído sem que a vítima perceba, especialmente em locais com pouca iluminação ou grande movimento.
Em muitos casos, os criminosos usam o pretexto de falha no sinal da máquina ou de incompatibilidade com pagamentos por aproximação. Essa tática também foi relatada por celebridades, como o médico Thales Bretas, viúvo do humorista Paulo Gustavo, que caiu em golpe semelhante no Rio de Janeiro.
A polícia já apreendeu dezenas de maquininhas adulteradas, cartões clonados e até falsificações de documentos utilizados para abrir contas bancárias em nome de terceiros. Os golpes evoluem com o uso de tecnologia e com estratégias de distração cada vez mais sofisticadas.
A delegacia de estelionato de Curitiba e o Deic de São Paulo identificaram vários envolvidos, incluindo criminosos com passagens por fraudes financeiras. Mesmo com o avanço das investigações, o crime continua se espalhando, exigindo respostas rápidas tanto das autoridades quanto dos bancos.
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Bandidos recrutam laranjas pelas redes sociais
Além da aplicação direta do golpe da maquininha, as quadrilhas utilizam as redes sociais para fortalecer o esquema com o recrutamento de laranjas. Esses indivíduos emprestam seus nomes, documentos ou contas bancárias para receber os valores desviados dos cartões das vítimas.
Em troca, recebem comissões ou promessas de dinheiro fácil, muitas vezes sem plena consciência da gravidade da ação. Algumas postagens oferecem “vagas de emprego” ou “renda extra”, quando, na verdade, tratam-se de convites para integrar fraudes estruturadas.
Os criminosos também falsificam documentos e criam contas bancárias com dados manipulados, o que dificulta o rastreamento do dinheiro pelas autoridades. Ao espalhar as transações em diversas contas, os golpistas confundem o fluxo financeiro e complicam o bloqueio dos valores.
As plataformas digitais, embora monitorem parte dessas atividades, ainda enfrentam dificuldades para conter a criação de perfis usados exclusivamente para esse tipo de crime. O uso de identidades falsas também compromete a segurança de terceiros inocentes.
As redes sociais se tornaram, portanto, um canal de recrutamento e logística para a aplicação do golpe da maquininha, ampliando a complexidade da atuação criminosa. A rapidez com que os dados circulam, aliada à vulnerabilidade de usuários mal informados, facilita a continuidade do esquema.
Por isso, os órgãos de segurança reforçam a necessidade de denunciar postagens suspeitas e evitar qualquer tipo de envolvimento com propostas que exijam dados bancários ou documentos em troca de benefícios duvidosos.
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Como se proteger do golpe da maquininha?
- Nunca entregue o cartão na mão de terceiros: Mantenha o cartão sempre sob sua supervisão durante qualquer pagamento. Mesmo que o vendedor peça ajuda, prefira manusear a maquininha você mesmo.
- Confira sempre o visor e o valor da compra: Verifique o valor digitado antes de inserir ou aproximar o cartão. Se o visor estiver danificado, riscado ou com brilho estranho, evite a transação.
- Ative alertas de compras no celular: Configure seu banco para enviar notificações em tempo real via SMS ou aplicativo. Isso permite identificar qualquer compra suspeita imediatamente.
- Reduza os limites de transações diárias: Ajuste os limites de débito e crédito para valores compatíveis com seus gastos. Isso evita prejuízos maiores caso ocorra algum golpe.
- Desconfie de máquinas que não aceitam aproximação: Muitos golpistas usam esse argumento para forçar o uso da senha. Sempre que possível, prefira o pagamento por aproximação, que não exige a digitação.
Tem como recuperar o dinheiro lesado?
Em muitos casos, os bancos negam a restituição dos valores alegando que a transação foi feita com o uso da senha pessoal do cliente. Como a senha é considerada intransferível, a responsabilidade acaba recaindo sobre a vítima, mesmo que ela tenha sido enganada.
No entanto, é possível contestar essa decisão e buscar alternativas para reverter o prejuízo. A recomendação dos especialistas é registrar imediatamente um boletim de ocorrência e formalizar a contestação junto ao banco com todos os detalhes da fraude.
Alguns bancos analisam individualmente cada caso, podendo reembolsar os valores quando há evidências claras de golpe. A atuação do Procon também tem sido essencial nesses casos, intermediando negociações e pressionando instituições financeiras a ressarcirem os consumidores.
Embora o ressarcimento não seja garantido, decisões judiciais já obrigaram bancos a devolver valores com base na negligência da instituição em identificar movimentações fora do perfil do cliente. Portanto, agir rapidamente, reunir provas e recorrer aos canais corretos aumenta as chances de reaver o dinheiro.
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