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É aposentado e quer continuar trabalhando? Veja o que diz a lei nesses casos

Quem é aposentado muitas vezes pode querer continuar atuando no mercado de trabalho. Acontece que nem sempre é possível.

A aposentadoria marca um momento crucial para muitos brasileiros, pois representa o reconhecimento oficial dos anos dedicados ao trabalho e à contribuição para a previdência social. Contudo, atingir os requisitos para se aposentar não significa que o trabalhador precise abandonar seu emprego.

Muitas pessoas optam ou precisam continuar trabalhando para manter uma renda complementar ou mesmo para preservar o ritmo e a sensação de propósito no dia a dia. Afinal, são pessoas que estão acostumadas com a rotina.

Por isso, compreender as regras que regulam a convivência entre o benefício da aposentadoria e o exercício da atividade remunerada torna-se essencial. Assim, o aposentado consegue planejar suas finanças e seu futuro profissional com mais segurança, evitando surpresas.

Quem é aposentado pode trabalhar, desde que siga algumas condições.
Quem é aposentado pode trabalhar, desde que siga algumas condições. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Afinal, aposentado ainda pode continuar trabalhando?

Sim, o aposentado pode continuar trabalhando, desde que sua aposentadoria tenha sido concedida por idade ou por tempo de contribuição. Nesses casos, ele pode manter seu emprego atual ou até mesmo iniciar um novo vínculo empregatício, sem que isso interfira no recebimento do benefício pelo INSS.

Dessa forma, o aposentado exerce suas funções normalmente e recebe a aposentadoria simultaneamente, sem que haja qualquer impedimento legal. Porém, essa possibilidade não se estende a quem se aposentou por incapacidade permanente, que era chamada de aposentadoria por invalidez.

Quando o segurado recebe esse tipo de benefício, a legislação considera que ele está inapto para o trabalho e, ao retornar a uma atividade remunerada, perde automaticamente o direito ao benefício previdenciário. Portanto, a continuidade do trabalho depende do tipo de aposentadoria.

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Quais benefícios o aposentado pode receber?

Ao continuar trabalhando com carteira assinada, o aposentado mantém todos os direitos trabalhistas que qualquer outro funcionário possui na iniciativa privada. Primeiramente, ele tem direito a férias remuneradas e ao 13º salário, garantindo momentos de descanso e uma remuneração extra anual.

Além disso, o aposentado recebe benefícios como vale-transporte e vale-refeição, que ajudam a custear os deslocamentos e a alimentação no ambiente de trabalho. Outro ponto importante é a assistência médica, que permanece disponível para o trabalhador aposentado ativo, oferecendo suporte à sua saúde.

Ademais, o empregador deve continuar depositando mensalmente 8% do salário do aposentado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Este fundo pode ser sacado integralmente no momento da aposentadoria, englobando tanto contas ativas quanto inativas.

Caso o aposentado seja demitido sem justa causa, ele mantém o direito de receber o saldo do FGTS acumulado e a multa rescisória de 40% sobre o total depositado após a aposentadoria, garantindo uma segurança financeira diante da perda do emprego.

Além disso, o abono salarial do PIS permanece válido para o aposentado que continua trabalhando, desde que ele cumpra os critérios do programa, como ter recebido até dois salários mínimos no ano-base, estar inscrito no PIS há pelo menos cinco anos e ter seus dados informados na Rais.

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Quais as desvantagens de continuar trabalhando após a aposentadoria?

Apesar das vantagens evidentes, continuar trabalhando após a aposentadoria também implica algumas perdas importantes. A principal delas é que o aposentado precisa continuar contribuindo mensalmente para o INSS, mesmo sabendo que essas novas contribuições não aumentam o valor do benefício.

Esse fato gera um custo adicional para o trabalhador, que pode não ver retorno financeiro direto a curto prazo, apenas perdas financeiras. Outro ponto relevante é a perda de alguns auxílios previdenciários, dependendo do caso.

Por exemplo, o aposentado não tem direito ao auxílio-doença, caso precise se afastar por motivos de saúde, porque já recebe um benefício contínuo. Da mesma forma, ele não pode receber seguro-desemprego, pois a aposentadoria é considerada uma fonte de renda estável e contínua.

Além disso, outros auxílios concedidos pelo INSS, como o auxílio-acidente e o auxílio-reclusão, também deixam de ser pagos para quem já está aposentado e continua trabalhando. Isso limita a rede de proteção social para o aposentado ativo.

Outro aspecto importante é a relação entre empregador e funcionário aposentado. Embora o INSS não comunique automaticamente a empresa sobre a concessão da aposentadoria, a legislação permite que o empregador consulte se o trabalhador já é aposentado.

Isso desde que obtenha as devidas autorizações e esteja cadastrado na Receita Federal. Essa consulta revela a data de concessão e o status do pagamento do benefício, o que pode influenciar decisões internas da empresa.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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