O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está passando por uma fase de pente-fino rigoroso em seus benefícios, e isso tem gerado polêmica e preocupação entre os trabalhadores.
O auxílio por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença, é um dos mais afetados, com cerca de 90% dos pedidos feitos pelo sistema digital Atestmed sendo bloqueados após uma análise presencial.
Essa situação traz desafios para aqueles que dependem do benefício em momentos de vulnerabilidade e reflete uma tentativa do governo de reduzir os gastos com benefícios, muitas vezes com consequências para quem realmente necessita desse apoio financeiro.
O Atestmed, sistema criado para facilitar o processo de solicitação do auxílio-doença, permite que trabalhadores façam o pedido de maneira mais ágil e sem a necessidade inicial de uma perícia médica presencial.
Esse modelo foi implantado com a proposta de reduzir filas e agilizar a análise, mas, na prática, acabou resultando em altos índices de rejeição.
De acordo com a Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP), quase todos os benefícios inicialmente aprovados pelo Atestmed são posteriormente revistos e cancelados na perícia presencial. Esse dado levanta questionamentos sobre a eficiência do sistema e o rigor excessivo no processo de verificação.
O que está por trás da rejeição em massa?
Há várias razões para que o índice de bloqueios seja tão alto. Uma das questões centrais, segundo a ANMP, é a própria estrutura do sistema Atestmed.
A falta de critérios bem definidos para a concessão dos benefícios tem criado um cenário de incertezas, o que possibilita que alguns pedidos sejam concedidos sem uma análise robusta.
Essa lacuna no sistema permite que, na revisão presencial, muitos pedidos sejam negados, prejudicando até aqueles trabalhadores que realmente se enquadram nos requisitos.
Outro fator que pesa na decisão é a pressão do governo em reduzir os gastos com auxílios e benefícios sociais. Diante da necessidade de contenção fiscal, a análise dos pedidos de auxílio-doença se tornou mais rigorosa, resultando em um alto número de bloqueios. Além disso, a falta de peritos médicos no INSS também tem impactado diretamente o processo.
Com a sobrecarga no atendimento, a análise de pedidos se torna ainda mais lenta e restritiva, priorizando uma postura conservadora para evitar fraudes.
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Efeitos para os trabalhadores e desafios na obtenção do benefício
Para muitos trabalhadores que realmente precisam do auxílio, o rigor nas análises tem trazido grandes dificuldades. A rejeição em massa significa que muitos acabam ficando sem o suporte financeiro necessário para o tratamento e recuperação, agravando sua situação.
Esse cenário leva algumas pessoas a se verem obrigadas a retornar ao trabalho, mesmo quando ainda não estão em condições plenas de saúde, temendo perder o emprego ou enfrentar ainda mais dificuldades financeiras.
Esse retorno precoce ao trabalho, muitas vezes por falta de alternativas, não só representa um risco para o trabalhador, como também pode comprometer a saúde dos colegas de trabalho, caso a incapacidade envolva condições contagiosas ou que exijam afastamento.
Como tentar evitar o bloqueio no pente-fino do INSS?
Para aumentar as chances de concessão e evitar bloqueios, é fundamental que o trabalhador prepare uma documentação médica completa e bem estruturada.
Laudos, exames e relatórios que comprovem a necessidade do afastamento são elementos essenciais para dar suporte ao pedido e garantir que o caso seja analisado com base em provas robustas.
Além disso, buscar orientação de um profissional especializado na preparação do processo pode auxiliar na organização dos documentos, maximizando as chances de aprovação.
A política atual de rigor no pente-fino reflete a busca do governo pelo equilíbrio financeiro, mas também indica a importância de uma revisão nos critérios de concessão para que o sistema possa atender de maneira justa e adequada quem realmente precisa do auxílio.
Essa reavaliação é crucial para que o INSS cumpra seu papel de apoio ao trabalhador em momentos de vulnerabilidade, promovendo segurança e confiança no sistema.
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