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Congresso acaba de sancionar nova lei para pagamento de atrasados do INSS; confira

Recentemente, o Congresso sancionou uma lei que determina novas regras para o pagamento de precatórios, os famosos atrasados do INSS.

Os atrasados do INSS representam dívidas que o poder público deve a beneficiários devido a decisões judiciais. Historicamente, esses pagamentos enfrentam atrasos consideráveis, gerando dificuldades financeiras para milhares de cidadãos que dependem desses valores.

Além disso, a demora no cumprimento das sentenças judiciais compromete a credibilidade do sistema previdenciário e impacta o planejamento orçamentário do governo. Nos últimos anos, estados, municípios e o governo federal buscavam formas de reorganizar essas pendências financeiras.

Nesse contexto, novas medidas legislativas surgem como uma alternativa para equilibrar as contas públicas, reduzir a pressão sobre administrações locais e oferecer maior previsibilidade aos beneficiários que aguardam os atrasados do INSS.

Quem vai receber os atrasados do INSS precisa ficar atento às novas regras.
Quem vai receber os atrasados do INSS precisa ficar atento às novas regras. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / guiadobeneficio.com.br

Congresso modificou regras do pagamento dos atrasados do INSS

O Congresso Nacional alterou a forma de pagamento dos atrasados do INSS com o objetivo de organizar as finanças públicas e aliviar estados e municípios. A Emenda Constitucional 136 redefine limites, prazos e critérios para quitação de precatórios, fortalecendo a disciplina fiscal em todas as esferas de governo.

Além disso, a medida procura estabelecer um fluxo previsível de pagamentos, permitindo que entes federativos programem suas despesas sem comprometer investimentos essenciais. Ao mesmo tempo, a EC busca garantir que o pagamento dos atrasados do INSS ocorra de forma proporcional.

Nos estados e municípios, a emenda fixa limites anuais para quitar precatórios, considerando o estoque de dívidas em relação à receita corrente líquida (RCL) do ano anterior. Quando o estoque de atrasados do INSS corresponde a até 15% da RCL, os pagamentos anuais serão de 1% da receita.

Se a dívida ultrapassar 85% da RCL, o percentual de quitação anual poderá chegar a 5%, promovendo equilíbrio entre cumprimento das decisões judiciais e manutenção de recursos essenciais. Essa proporcionalidade garante que os entes federativos não comprometam serviços públicos vitais.

O governo federal também terá mudanças no tratamento dos atrasados do INSS. A partir de 2026, esses precatórios sairão do limite de despesas primárias, facilitando o cumprimento das metas fiscais. Além disso, em 2027, 10% do estoque de precatórios será incluído anualmente nas metas fiscais.

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Mudanças mais expressivas no repasse dos atrasados do INSS

A Emenda Constitucional 136 introduziu diversas alterações que impactam diretamente o repasse dos atrasados do INSS, oferecendo mecanismos claros para estados, municípios e governo federal. Essas mudanças visam acelerar o pagamento e permitir maior flexibilidade financeira aos entes federativos.

Limites de pagamento para estados e municípios

A EC define percentuais anuais de quitação proporcional ao estoque de precatórios em relação à receita corrente líquida. Essa regra reduz o risco de inadimplência e garante que os pagamentos ocorram dentro da capacidade orçamentária de cada ente federativo.

Em caso de atraso, a Justiça pode sequestrar contas, o que pressiona gestores a cumprir as determinações legais. Além disso, a medida prevê perda do direito a transferências voluntárias da União e responsabilização do gestor por improbidade fiscal, reforçando a disciplina no pagamento dos atrasados.

Parcelamento de dívidas previdenciárias

A emenda permite que estados, municípios e o Distrito Federal parcelem dívidas com a Previdência em até 300 prestações, aplicável a débitos vencidos até 31 de agosto de 2025. Essa possibilidade alivia o fluxo de caixa e reduz a pressão sobre administrações locais.

Ao mesmo tempo, garante regularidade nos pagamentos futuros. Assim, o parcelamento contribui para o cumprimento das obrigações previdenciárias sem comprometer a execução de políticas públicas essenciais.

Atualização e prazos para precatórios

A data limite para apresentação dos precatórios para pagamento mudou de 2 de abril para 1º de fevereiro, antecipando o planejamento financeiro. Além disso, a atualização monetária dos atrasados do INSS passa a seguir o IPCA.

Isso exceto quando a soma com juros de 2% ao ano superar a Selic, que será então aplicada. Essas regras oferecem previsibilidade aos beneficiários e segurança jurídica aos gestores, garantindo que os pagamentos ocorram dentro de parâmetros claros e estáveis.

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Demais alterações da medida

A EC 136 também trouxe mudanças complementares que afetam receitas municipais e recursos destinados a projetos específicos. A desvinculação de receitas municipais aumentou de 30% para 50% até o final de 2026, permitindo que parte dos recursos seja utilizada livremente.

Entre 2027 e 2032, o percentual retorna a 30%, e os superávits de fundos municipais deverão ser aplicados em saúde, educação e projetos de combate às mudanças climáticas, integrando planejamento financeiro e prioridades sociais.

Outra medida relevante é a possibilidade de utilização de até 25% do superávit financeiro de fundos públicos pelo governo federal entre 2025 e 2030 em projetos de enfrentamento das mudanças climáticas. Essa estratégia amplia a capacidade de investimento em políticas públicas estratégicas.

Ao mesmo tempo, mantém o equilíbrio fiscal. Com essas alterações, a EC 136 não apenas reorganiza o pagamento dos atrasados do INSS, mas também fortalece a gestão financeira e amplia o alcance de políticas públicas essenciais.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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